Tendo o seu início em 2006 e após cinco edições bienais, o Festival Bons Sons regressa de 13 a 16 de Agosto, desta vez, com um formato anual. Por este festival já passaram alguns nomes bastante reconhecidos da música Portuguesa, como por exemplo, Vitorino, B Fachada, Dead Combo, Diabo na Cruz e Peixe.
Como já é tradição, realiza-se na aldeia de Cem Soldos, a 5 Km de Tomar. Nesta aldeia, apenas com cerca de 1000 habitantes, qualquer festivaleiro se sente integrado e é convidado a conhecer as suas tradições. Para além de oito palcos com música também haverá uma feira de artesãos, exposições entre outras actividades e animações.
Posto isto, vamos conhecer melhor 4 das 44 actuações musicais que irão decorrer nestes dias:
Bruno Pernadas
Bruno Pernadas, à parte das outras bandas que também integra (Suzie´s Velvet, Julie and the Carjackers e When We Left Paris), apresenta-nos o seu projecto a solo onde tem a possibilidade de mostrar, na sua plenitude, o seu vasto conhecimento musical
No ano de 2014 este artista presenteou-nos com o excelente How Can We Be Joyful In a World Full of Knowledge? que mistura um vasto número de géneros musicais, entre eles, folk, jazz, pop e rock psicadélico. Tendo este sido considerado uma das revelações nacionais de 2014 e o melhor álbum nacional do mesmo ano, pela Threshold Magazine.
Tó Trips, após ter actuado no festival, em 2010, com o seu amigo Pedro V. Gonçalves, regressa, a solo, para nos voltar a deliciar com o seu enorme domínio sobre a guitarra que já foi possível observar nas bandas Dead Combo e Lulu Blind.
Neste projecto, Tó Trips apenas se dedica à guitarra acústica, fazendo lembrar artistas como Filho da Mãe e Norberto Lobo apesar de manter a sua própria identidade, sendo algo um pouco simplista. No último mês de Abril foi publicado o seu segundo álbum, Guitarra Makaka – Danças a um Deus Desconhecido, logo, é de esperar ouvirmos musicas como “First God” ou “Baía das Negras”.
Hitchpop é uma banda composta por três músicos portuenses (João Guimarães, Miguel Ramos e Marcos Cavaleiro). O nome é uma clara referência ao realizador Alfred Hitchcock e o seu estilo musical vai de encontro ao que o realizador utilizava nos seus filmes.
Com álbum novo à porta, ainda são mantidas ocultas as musicas que poderemos ouvir no Bons Sons, apenas é mantida a promessa de que poderemos ouvir jazz de grande qualidade.
Sampladélicos
Este projecto de Sílvio Rosado e de Tiago Pereira é, sem dúvida, dos mais interessantes e inovadores da música portuguesa. O processo criativo consiste na recolha de sons e imagens de um determinado local. Estes sons e imagens (samples, daí o nome do projecto) são misturados de modo a criar músicas. Cada música propõe que descubramos de onde vêm tais sons, permite recriar historias passadas nos tais locais e, até, dá lugar à imaginação podendo ser imaginado um propósito ou um significado para o que está a ser ouvido e/ou visualizado
“Os Sampladélicos avisam de que todos os seus sons são produzidos por humanos e disparados por máquinas e não produzidos por máquinas e disparados por humanos!”
Texto: Francisco Lobo de Ávila