No dia 8 de Novembro fomos ao Passos Manuel, no Porto, ver Mac McCaughan num concerto organizado pela editora portuense Lovers & Lollypops, que comemora em 2015 uma década de existência e que tem vindo a organizar concertos bastante interessantes como Girls Names, tendo já agendados nas próximas semanas, os brasileiros Boogarins e Mutantes, todos a decorrer no Porto.
A primeira parte da noite esteve a cargo de Einstock, projeto de Jorge Queijo, baterista dos Torto, que nos mostrou em primeira mão as faixas do seu trabalho a solo, não conseguindo, no entanto, convencer o público com as suas melodias cheias de loops e reverb.
Mac McCaughan, líder dos míticos Superchunk e fundador da Merge Records, que conta com álbuns de Arcade Fire, Neutral Milk Hotel e Caribou no repertório, veio ao Porto a solo apresentar o seu disco de estreia em nome próprio, Non-Believers. O artista americano encontrava-se sozinho no palco, acompanhado apenas pela sua guitarra elétrica para uma sala longe de estar cheia, infelizmente. Foram cerca de 20 pessoas apenas que assistiram ao concerto de um dos artistas mais emblemáticos da cena alternativa da década de 90, talvez por ser um domingo ou por falta de conhecimento, mas a verdade é o que o concerto poderia ter tido muito mais vivacidade com uma sala mais bem composta. Mac McCaughan, no entanto, não se deixou desmotivar e fez o seu trabalho de forma muito competente, sempre com entusiasmo atuando como se à sua frente estivessem uns quantos milhares e tentando sempre interagir com o público fazendo breves introduções às suas músicas. O artista americano aproveitou para tocar algumas faixas do seu novo longa-duração como “Your Hologram” e “Box Batteries”, passando também pelo seu outro projeto a solo Portastatic, iniciado em meados dos anos 90, passando por temas como “White Wave” e “The Angels of Sleep”, não esquecendo também alguns temas mais recentes dos grandes Superchunk. Visto que era a primeira vez que atuava no Porto, preocupou-se em compensar o público com um alinhamento que mostrasse um pouco de todo o seu repertório, não tocando, no entanto, faixas emblemáticas como “Hyper Enough” ou “Precision Auto”, músicas que necessitariam, provavelmente, do acompanhamento de uma banda. Mac McCaughan despediu-se então com o último tema de Non-Believers, terminando assim um concerto que poderia ser memorável com uma plateia que fizesse jus a um artista com uma carreira respeitável já com mais de 25 ano. Esperemos que Mac não fique desiludido e que regresse, nos próximos tempos, com os seus Superchunk num próximo festival.
Texto: Filipe Costa
Fotografia: Ana Carvalho dos Santos