Playlist: 6 Songs For The Devil

| Fevereiro 3, 2017 6:21 pm


Esta semana atingimos um marco interessante que só se voltará a repetir daqui a alguns anos. Demorou pouco tempo mas foi giro. Alcançámos 6666 pessoas envolvidas na nossa rede social. Como agradecimento escolhemos 6 canções que de alguma forma têm uma relação com o diabo e o mundo obscuro, que num conceito reduzido e em termos numéricos podem ser representados por 666 e mais 6 à mistura. Assim, com o fim de vos fazer explorar este universo, deixamos abaixo seis canções para o diabo.

1 – Jenny Hval – The Plague


Pegamos na pop mais abstrata e avant-garde de Jenny Hval e
eis que surge um disco que nos fala sobre vampiros, ciclos lunares, menstruação e filmes de terror dos anos 90.
 O álbum conceptual
que Blood Bitch é apresenta-nos um tema que facilmente pode ser retratado como
tribal e satânico. Falo pois de “The Plague”, música que nos invade e consome a
alma. Sempre acompanhada por sintetizadores arrepiantes, a antiga vocalista de
uma banda de metal gótico consegue mergulhar num turbilhão de emoções que
envolvem o demónio da solidão, da loucura e, por fim, da redenção. Estamos perante
uma caça às bruxas, gritos lunáticos e colagens esquizofrénicas. Um quase exorcismo.
2 – King Dude – Deal with the devil 



King Dude é um já iconográfico homem das trevas. Frequentemente acompanhado pela sua garrafa de whisky, Thomas Jefferson Cowgill, de nome próprio, tem uma voz poderosa que invade a alma do ouvinte e o coloca perante sentimentos de insegurança, nostalgia, brutalidade e uma aura muito obscura, como ser. “Deal with The Devil” não é exceção e através de uma sonoridade muito próxima à de Nick Cave, King Dude pronuncia o nome do
diabo enquanto o abraça o ouvinte, num aperto onde a fuga só é possível no findar da canção.

3 – Butthole Surfers – Sweat Loaf


“And by the way, if you see your mom this weekend, Be sure and tell her, SATAN, SATAN, SATAN”. 
Assim termina o diálogo que inicia “Sweat Loaf”, o tema de abertura do terceiro disco dos Butthole Surfers,
seguido de um riff emprestado a “Sweet Leaf”, dos Black Sabbath, repetido
até à exaustão, num tema que tem tudo para ser apontado como bizarro, perverso
e até mesmo diabólico. Uma celebração da droga em homenagem (ou sátira) a uma
canção que, por si só, já é dedicada à marijuana.


4 – Slayer – Raining Blood



“Raining Blood”, dos Slayer é uma música que fala sobre destruir o paraíso e que acaba com sangue a cair do céu. É difícil fazer algo mais diabólico que isto. Tanto a letra como o instrumental, rápido e barulhento, são muito intensos. Esta música não só tem alguns dos riffs mais icónicos da banda, mas também solos extremamente arrebatadores onde ambas as guitarras gritam e o barulho sobrepõe-se a qualquer melodia. Um dos melhores e mais marcantes momentos do thrash metal.

5 – Black Sabbath – Black
Sabbath


Não só um dos mais
populares exemplos do Demónio na música popular como um dos primeiros, a música “Black Sabbath”, da banda Black Sabbath, do álbum Black Sabbath tornou-se um
pilar para todos aqueles que querem inserir influências demoníacas na música.


Reza a lenda que a
letra desta música foi inspirada numa experiência de Geezer Butler (principal
letrista da banda). Nos primórdios de Black Sabbath (quando ainda se chamava
Earth) decidiu pintar o seu apartamento todo de preto e colocar crucifixos
invertidos pelas paredes. Para complementar a decoração, Ozzy Osbourne (esta
história não ficava completa sem ele) ofereceu ao seu colega um livro sobre
bruxaria. Depois de o ler, Geezer colocou-o numa prateleira ao lado da sua
cama. Quando acordou, a primeira coisa que viu foi uma figura de negro aos pés
da sua cama. Após se ter levantado a figura desapareceu e o livro também.


Para além da letra
sobrenatural, também o instrumental contem influências satânicas, uma vez que o
riff principal contem o trítono invertido, também conhecido como o Diabolus in Musica. A influência desta
musica é incontornável na música moderna tendo gerado não só inúmeras bandas como também diversos géneros.


6 –  Burzum – Beholding The Daughters Of The Firmament



Apesar de Varg Vikernes não se afirmar como satânico, não há
nada que grite mais ‘666’ que Burzum. A banda norueguesa, no qual Varg é o
único integrante, tem uma história algo conturbada com homicídios e queimas de
igrejas. Ainda assim, a sonoridade distorcida e lo-fi de Burzum continua a
inspirar inúmeras bandas de metal (e não só). O projeto terminou, mas o legado
de Filosofem continua vivo até aos nossos dias. “Beholding The Daughters Of The
Firmament” é uma das músicas deste disco, um álbum que ficou escrito nos anais
do black metal.