Road to: NOS Primavera Sound #3

| Maio 31, 2017 7:14 pm
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A pouco mais de uma semana para começar um dos principais festivais de música alternativa de Portugal, o NOS Primavera Sound, deixamos aqui algumas escolhas (pessoais) dos editores para o que podem escolher ver nos ecléticos palcos durante os três dias que são esta celebração que junta alguns dos melhores artistas e bandas da atualidade.



9 de junho 

Angel Olsen – My Woman


O nome Angel Olsen não necessita de grandes apresentações neste artigo, especialmente depois do último ano da artista norte-americana. O álbum My Woman foi um dos destaques para a nossa redação em 2016, ficando em quarto lugar na lista de melhores álbuns deste ano. Embora a sonoridade neste registo seja menos deprimente (num bom sentido) que Half Way Home e Burn Your Fire for No Witness, músicas como “Intern” e “Shut Up Kiss Me” mostram claramente uma nova fase de Angel Olsen. Uma Angel que quer deixar as emoções negativas para trás e embarcar num novo rumo, o que pode funcionar tanto pessoal como musicalmente.
No ano passado, Angel Olsen esteve em residência artística na Galeria Zé dos Bois, onde deu um concerto a solo que ainda não nos esquecemos, nem tão depressa vamos esquecer. Este ano ela vem com banda ao segundo dia do NOS Primavera Sound, onde vai apresentar-nos músicas de My Woman. Este vai ser, definitivamente, um concerto a não perder na próxima edição do festival portuense.

-Tiago Farinha





Skepta – Konninchiwa

Quer seja em Tottenham, de onde é “natural à força”, em Chelas onde poderia ter actuado em 2015 ou no Porto, este ano no Primavera Sound, Skepta tem bagagem musical para dar e vender. Com uma língua afiada, lírica que é como a picada duma abelha, escorreita e límpida, sem rodeios, surge-nos Konninchiwa, o seu mais recente álbum que nos leva até ao verão de 2016.

Um álbum cru, extremamente crítico e introspectivo que nos faz pensar que cada vez mais o rap pretende mostrar muito mais do que o bairro de onde se é oriundo ou a que gangue se pertence. Konninchwa pode ficar guardado como álbum que nos mostra  uma mensagem, tal como To Pimp A Butterfly de Kendrick Lamar. Uma mensagem pessoal, uma viagem ao interior da célula de Skepta para mostrar aos que o ouvem como é a realidade, que não é só putas e vinhos verde e que também temos de focinhar para chegar onde queremos. Cativante e consistente em cada faixa, é um álbum que se consegue ouvir de uma ponta à outra sem se ficar entediado.

Espera-se um dos concertos de rap que marcará o ano de 2017, após o ano passado termos tido a agradável passagem de Kendrick Lamar em solo luso, reforçando a crescente aposta no rap pela organização do Primavera Sound.

-Duarte Fortuna



10 de junho

Wand – 1000 Days



Wand é a banda de Cory Hanson (Ty Segall and the Muggers), um nome em “letras pequenas” no cartaz do NOS Primavera Sound. Mas isto pouco importa, ao associarmos o nome de Cory Hanson a Ty Segall já sabemos o que havemos de esperar. Acordes mergulhados em fuzz e aquela agressividade que está bem ao nível da cena no garage rock californiano. Uma sonoridade com aquela jarda característica de Los Angeles, apadrinhada por John Dwyer dos Thee Oh Sees, que aos poucos vai chegando ao estatuto de lenda. 

Os dois últimos álbuns de Wand, Golem e 1000 Days, foram lançados quase de seguida em 2015. “Self Hypnosis in 3 Days”, “Floating Head” e “Lower Order” são algumas das músicas que verificam o que já foi dito em cima, uma sonoridade potente com extra fuzz. Depois da estreia de Wand em Portugal, no Lux em 2015, está na altura de eles voltarem para rebentar com alguns ouvidos. Desta vez vão passar pelo Parque da Cidade, no último dia do NOS Primavera SoundTragam proteção.

-Tiago Farinha





Sampha – Process



Um dos principais destaques do ultimo dia da edição de 2017 do NOS Primavera Sound é Sampha Sisay ou apenas Sampha, um músico britânico conhecido pela sua colaboração com SBTRKT (tanto em estúdio e ao vivo), Drake e mais recentemente Kanye West e Solange.

Process é o nome do seu álbum de estreia e tem o papel importantissimo de afirmar Sampha como músico a solo, retirando-lhe a fama de “músico de colaborações”. Com principal foco na voz e nos teclados, quase como estamos habituados de SBTRKT, Sampha consegue um disco fascinante e uniforme do qual é muito dificil escolher a melhor faixa e ainda mais complicado escolher a pior. Para além de encantar em estúdio, Sampha, também irá, certamente, ser mágico e emotivo vivo

-Francisco Lobo de Ávila



Death Grips – Exmilitary



Um dos concertos mais esperados do festival é certamente o dos Death Grips. O trio vai estrear-se em Portugal, após terem cancelado a sua presença no Primavera de 2012. A sua sonoridade é marcada por um hip hop agressivo, várias vezes com um lado experimental e/ou industrial.

Ainda não deram concertos este ano, portanto a setlist é desconhecida, mas devemos ouvir músicas de quase todos os seus discos incluindo, de preferência, algumas de Exmilitary, mixtape com a qual se mostraram ao mundo em 2011 e que é possivelmente seu disco mais bem conseguido. Desta fazem parte músicas como “Culture Shock”, “Spread Eagle Across the Block” e “Takyon (Death Yon)”, que estão entre as melhores do grupo.

Os Death Grips têm tudo para dar um dos melhores concertos do festival, onde toda a gente vai dar tudo dentro e fora do palco.

-Rui Santos


Preparámos também umas playlists para a ocasião.

8 de junho



9 de junho



10 de junho


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