Terceira e penúltima parte antes de arrancarmos na nossa transportadora favorita (sim, CP, és tu) até à casa que em julho nos abre a porta para 4 dias de “festão mínimo garantido”. Nessa temática lançamos mais 4 nomes que vão levar o conceito de “festão” para outros níveis.
Esses 4 nomes cheios de intensidade são então: Moor Mother, Yves Tumor, Rizan Said e ainda o londrino Powell.
Moor Mother
Com uma mensagem de crítica social presente, surge-nos Moor Mother também conhecida por Moor Mother Goddess. De Filadéfia para Barcelos surge-nos uma poeta dos nossos tempos, como Saul Williams que tivemos oportunidade de ver o seu concerto o ano passado.
Às rimas aguçadas e cortantes junta-se uma electrónica hardcore e um afrofuturism fortes que prometem rebentar muitos tímpanos nesta edição do festival barcelense. A destacar de Moor Mother temos álbuns como Fetish Bones, lançado o ano passado, que contem um noise pesado e lírica forte em músicas como “Deadbeat Protest” e “Creation Myth”, parecendo a recriação moderna do poema “Howl” de Allen Ginsberg.
Yves Tumor
Na primeira experiência que temos com Yves, parece-nos estar à nossa frente Dean Blunt graças ao teor experimental de cada sample e cada faixa que nos deixa para ouvir no seu mais recente álbum, Serpent Music. Mas qual a diferença de Yves Tumor para Dean Blunt ou para qualquer outro artista semelhante a este senhor que faz com que muitos enveredem por caminhos mais experimentais?
Em Yves Tumor temos uma exploração intensa e uma criação de texturas tão ou mais ricas como Dean Blunt. Yves Tumor explora a mente humana e traz-nos em Serpent Music, o que poderá ser o álbum do Estado do Mundo, do corropio em que o Universo vive 24 sobre 24 horas non stop.
Para isso, traz-nos um psych mais lo-fi numa mistura com várias gravações de música electrónica e ambient que culminam num noise que queima e nos persegue durante todo o espetáculo que é ver Yves Tumor. Apesar de ter falhado o Tremor em Ponta Delgada promete então fazer tremer Barcelos.
Rizan Said
Após a passagem de príncipes do teclado e da música de casamento egípcio, com a presença em várias edições de Islam Chipsy, vem este ano o homem que se intitula o “King of Keyboard”. Nada mais nada menos que Rizan Said, homem que conta já com participações com Acid Arab e nos faz recordar Omar Souleyman com muito carinho.
Este sírio promete pôr todos a dançar logo no primeiro dia de festival, com o seu álbum de 2015, King Of Keyboard, que tem as faixas “High Tension Zimmer”, entre outras, que fazem com que todos dancem até não sentir mais os pés.
Powell
The last but not the least: Powell.
Um londrino que explora a música underground, post-punk dos anos 80 e o acid techno da maneira mais experimental que já observamos. Tem álbuns, como Sport, de 2016, ou Club Music, de 2014, que contam com vários mixs, cortam a respiração e fazem lembrar Varg ou mesmo Aphex Twin. Poderá e deverá ser um dos concertos que ficará marcado na cabeça de todos os que marcarem presença este ano no festival Milhões de Festa.
Eleva o conceito de “festão” para uma categoria mais sombria, mais arrepiante e mais “club scene”, lembrando-nos de grandes casas da música electrónica como a Fabric ou mesmo o Lux Frágil. É o nome que promete trazer o after mais cedo até Barcelos e trazer aquela energia necessária para se dançar pela noite fora.