Os barcelenses Black Bombaim já estão a preparar o seu novo álbum e desta vez farão as coisa de maneira diferente. O processo criativo tem início já neste mês de dezembro e contará com o contributo de Pedro Augusto, Jonathan Saldanha e Luís Fernandese. A edição está prevista para o segundo semestre de 2018, com o selo da Lovers & Lollypops, um ano após a edição do longa duração colaborativo com Peter Brötzmann.
De maneira a poder reinventar o processo criativo da banda, o trio decidiu juntar-se a três músicos e produtores nacionais num ciclo de residências artísticas. São eles Jonathan Saldanha (HHY & The Macumbas), Pedro Augusto (Ghuna X e Live Low) e Luís Fernandes (Peixe:Avião). O objetivo é a composição musical ficar a cargo das três figuras da música exploratória portuguesa, desconstruindo o habitual processo de criação, algo que já não é estranho a Jonathan Saldanha e Pedro Augusto, que participaram na composição de Titans (2012).
A composição a três tempos arranca já em Dezembro, com o encontro entre os Black Bombaim e o universo de Pedro Augusto, onde os timbres adquirem tonalidades e formas novas assim revelando novas perspectivas em motivos dadaísta e texturas estimulantes. Músico e compositor nos projectos Ghuna X e Live Low, Pedro Augusto tem também conduzido um largo percurso na composição de bandas sonoras nas áreas de dança contemporânea, teatro e cinema, colaborando com nomes como Ana Rocha, André Gil Mata, Ana Borralho, João Galante, entre outros. Esta residência culminará com uma apresentação pública do trabalho, em formato ensaio aberto, a 16 de Dezembro no Círculo Católico e Operário do Porto (CCOP). A entrada será livre. As sessões com Jonathan Saldanha e Luís Fernandes terão lugar em Janeiro e Fevereiro, respectivamente, e ocuparão outros espaços icónicos da cidade Invicta.
O projecto será documentado por um filme-ensaio sobre a criação musical e a sua relação com a paisagem enquanto espaço de criação de mitologias e de somatização de fantasmas. Esta operação fílmica e sonora, realizada por Miguel Filgueiras com argumento de Manuel Neto, responderá à forma de uma trilogia, que será também a trilogia musical composta pela banda Black Bombaim em processo de trabalho com três compositores distintos: Ruína e Memória | Espaço Sideral | Mundo.
O projecto conta com o financiamento do Criatório, uma iniciativa da Câmara Municipal do Porto destinada ao apoio à criação artística contemporânea.