O paradeiro de Camae Ayewa começou a ser globalizado no ano de 2016, aquando do falatório criado por Fetish Bones, disco que a apresentava sob o pseudónimo Moor Mother e que recolhia excelentes críticas dos meios especializados. Poeta da presente geração negra da América, voz do seu passado, afro-futurista, feminista, revolucionária, punk, descobrimo-la também em Black Quantum Futurism, coletivo artístico e literário que constitui com Rasheedah Phillips, onde promovem a exploração D.I.Y. da arte em comunidades marginalizadas.
A temática das comunidades marginalizadas, aliada à brutalidade e perseguição policial de que são vítimas, está na origem dos Irreversible Entaglements, coletivo onde Camae deixa cair palavras de protesto e de libertação em cima de um manto free-jazz. O grupo formou-se no início de 2015, ano de estreia discográfica para Moor Mother com a cassete Moor Mother Goddess, para participar no Musicians Against Police Brutality, ação artística despontada pelo homicídio de Akai Gurley, afro-americano de 28 anos morto a tiro por um polícia nova-iorquino. Nessa estreia ao vivo, Camae contava com o saxofonista Keir Neuringer e o baixista Luke Stewart. Meses mais tarde, o trompetista Aquiles Navarro e o baterista Tcheser Holmes juntavam-se à formação pela primeira vez para o primeiro registo em estúdio, que originaria o disco de estreia, homónimo, editado em 2017.
Dias 4, 5 e 6 de fevereiro, o grupo apresenta-se em Portugal para três concertos a ter lugar no Salão Brazil (Coimbra), Galeria Zé Dos Bois (Lisboa) e gnration (Braga), respectivamente.