A Galeria Zé dos Bois comemora em 2019 o seu 25º aniversário e para assinalar esta data especial, são vários os artistas que fazem parte da sua história e se vão apresentar numa série de concertos fora de portas. É já na próxima semana que Julia Holter sobe ao Capitólio, seguindo-se Kevin Morby no S. Luiz e os agora anunciados Weyes Blood no B.Leza, Thurston Moore a solo na Igreja de St. George e Nihvek, o novo projecto de Liz Harris (Grouper), também na Igreja de St. George.
Natalie Mering afirmou-se na memória colectiva como uma compositora excepcional, nela reside uma serenidade invulgar e a sua voz abre-nos a porta desse espaço de tranquilidade que é Weyes Blood. Foi no alto da sua sensibilidade que por três vezes desarmou públicos na ZDB, é por isso, um regresso ansiado e pleno de felicidade. Desta vez o encontro será no B.Leza no dia 6 de Novembro. Outro nome incontornável, que dispensa apresentações pomposas é Thurston Moore. A irreverência de Moore sempre concedeu espaço para mais, fundou novos projectos curiosos e insólitos. E, foi através dessa mesma enraizada irreverência que viu na ZDB uma casa para se estabelecer, desta ligação ao seu abrigo lisboeta nasceu um livro resultante de uma residência artística. Neste regresso dá-se uma celebração simbólica, a voz e a guitarra acústica. Encontro marcado para o dia 13 de Julho na Igreja de St. George, local que também receberá Nivhek, uma espécie de entidade paralela em relação ao seu percurso sob Grouper. Resultado de duas residências artísticas (uma nos Açores em parceria com o Tremor e a ZDB e outra na Rússia), o disco duplo After its own dead/ Walking in a spiral towards the house soa definitivamente arrojado como nunca soara antes e apresenta este novo capítulo da melhor forma possível. Por esta altura existe já um elo muito familiar entre Liz Harris e a ZDB num plano de admiração e colaboração contínuas. Como tal, voltar a recebê-la cá, desta vez em duo e na Igreja de St. George, e em tão distinta ocasião, é quase um acto de partilha.
Para além dos concertos fora de portas a ZDB anuncia ainda parte significativa da programação para os próximos meses. Junho termina da melhor maneira com uma apresentação e estreia da banda CHÃO MAIOR de Yaw Tembe, Norberto Lobo, Leonor Aurnaut, João Almeida, Yuri Antunes e Ricardo Martins que levam Círculos ao Aquário, uma série de composições para 3 sopros, guitarra, voz e bateria. Entre os destaques para o Verão encontram-se também os americanos Prison Religion com um som extremo feito de rimas gritadas, ruído abrasivo e beats que parecem cuspidos pelas entranhas de uma qualquer unidade metalúrgica em estreia nacional no dia 4 de Julho. No dia seguinte um regresso muito aguardado: Sir Richard Bishop, guitarrista e compositor nascido no Arizona que a solo conta já com onze discos editados por cinco editoras diferentes.
A 15 de Julho acontece a primeira edição de Som Crescente um workshop dedicado à performance musical que unirá músicos dos mais diversos quadrantes para apresentações únicas em formato de banda. Peter Evans guiará o workshop todos os meses com a ajuda de um convidado especial. Para a primeira apresentação Peter Evans convida Gabriel Ferrandini. Destaque final para o quarteto de William Parker, Hamid Drake, Luís Vicente e John Dikeman com estreia marcada na ZDB na noite quente de 19 de Julho e com um workshop do mestre Parker, a acontecer no dia anterior.
Além de todos os nomes já referidos, há ainda, entre os previamente anunciados, MC Carol (matiné, 2 de Junho), Cüneyt Sepetçi (matiné, 3 de Junho), a estreia portuguesa dos Built To Spill (5 de Junho), Steve Gunn (4 de Setembro) e os Black Midi, banda sensação da música independente britânica (25 de Setembro). E venham mais 25!