EXTRAMURALHAS 2019: A menos de um mês para cobrir Leiria de negro

| Julho 31, 2019 11:16 pm

O ano passado foi assim: uma Leiria dividida entre o público que aderiu vestir-se a rigor para abraçar a primeira vez que o festival gótico se instaurava a 100% na cidade – deixando o Castelo – e o público mais curioso que veio principalmente para assistir aos concertos gratuitos espalhados entre o Museu de Leiria e Jardim Luís de Camões. Este ano vai ser diferente, embora claro, com espaços de atuação semelhantes e mais novidades. 29, 30 e 31 de agosto, os últimos três dias de um dos meses mais queridos do ano, são estas as datas que elevam em Leiria o festival mais underground e alternativo do verão.

A primeira edição “a sério” fora das muralhas foi diferente da última que nos fez subir até ao topo da cidade, em 2017, mas ainda assim soube sublinhar algo que todos já sabemos: que a Fade In é uma das promotoras mais rigorosas e profissionais que temos no nosso país. Há coisas que não dão para explicar e a ginástica que esta entidade sem fins lucrativos tem feito para enriquecer a cultura de Leiria e manter viva uma cena ainda tão desconhecida pelo grande público é de louvar. É por isso que, mesmo com o Castelo em obras, o festival gótico nunca deixou de ser bem planeado e executado. Até mesmo no ano passado quando assistimos à mudança drástica do ambiente acolhedor e ao ar livre propiciado pelo encargo de património histórico do Castelo, para palcos que concebiam experiências indoor e outdoor. Mesmo sem a beleza das muralhas o festival nunca perdeu a sua essência. E ainda bem.


SHORTPARIS – EXTRAMURALHAS 2018


Quase dez anos depois da estreia, em 2010, o EXTRAMURALHAS regressa para a 10ª edição com o cartaz que abraça uma mão cheia de nomes de culto e emergentes nas estéticas musicais que incorporam desde EBM, post-punk, darkwave, minimal-wave, industrial, neoclássico, synthpop e ainda uma performance viking! Num cartaz que contempla um total de 14 nomes internacionais – entre os quais se destacam She Wants Revenge, Siglo XX, Test Dept e SKÁLD – são nove os nomes que se estreiam em território nacional em Leiria, no último fim-de-semana de agosto.



Com a descida à baixa leiriense o festival gótico deixa de estar isolado num ponto e passa a integrar-se em sociedade. As novidades chegam para quem nunca teve acesso ao festival outrora: os concertos gratuitos (com destaque para os que estão agendados no palco Jardim Luís de Camões, disponíveis a todos os transeuntes). Assim, este ano, ao invés de seis passam a ser sete as performances cujo acesso é grátis, espalhadas entre os mesmos palcos que as albergaram o ano passado – Jardim Luís de Camões e Museu de Leiria – mas com um novo elemento na equipa: o Mosteiro da Batalha. Esta é sem dúvida a grande novidade na edição deste ano. Depois da descida à cidade, o festival gótico viaja agora até à Batalha pela primeira vez na sua vida, onde terá início. 

E se há regras que vale a pena transgredir a Fade In deixou-o bem claro e em dose dupla quando anunciou o concerto na Batalha: não só o festival se desloca em ato único para fora da cidade de Leiria como a bela e inspiradora música dos italianos ASHRAM voltará a tocar no festival gótico, nove anos depois da primeira edição onde marcaram presença, também na abertura de festival. Para quem acompanha este evento desde a primeira edição, como ENTREMURALHAS, uma regra que se tornou inerente com os anos foi o facto de não se repetirem bandas, mas, se pararmos para pensar, esta transgressão de regras justifica algo maior: o facto dos ASHRAM terem aberto a primeira edição da história do festival gótico português e regressarem para abrir a décima, mas no local mais gótico de Portugal: o Mosteiro da Batalha



Sempre a surpreender esta Fade In. E é por isso mesmo que depois de chorarmos um bocadinho no Mosteiro da Batalha, seguimos rumo até ao Teatro José Lúcio da Silva que alberga os nomes maiores do festival, para levar com espetáculos que são assim do outro mundo (pelo menos se tivermos em conta as experiências do ano passado). O Teatro José Lúcio da Silva é a reencarnação do palco Corpo mas com muito mais tecnologia e um nível de conforto acima daquele que o Castelo de Leiria poderia propiciar. Os lugares são sentados, mas toda a gente sabe que há concertos que proporcionam um certo clima e que mostram, mais uma vez, que há regras que vale a pena transgredir. Aconteceu o ano passado com Heilung, deverá repetir-se este ano com os vikings SKÁLD, muito provavelmente com Test Dept e Siglo XX e com certeza no concerto de She Wants Revenge



Os concertos gratuitos do EXTRAMURALHAS 2019 acolhem como principais atrações no segundo dia de festival Light Asylum e Henric de la Cour, que tocam no palco Jardim Luís de Camões – e cujos concertos, poderosos, prometem iluminar de negro até as almas mais puras – e ainda o coletivo Les Fragments de la Nuit, que tocam no Museu de Leiria, onde assegurarão um concerto que deixará em lágrimas as almas mais sensíveis à música clássica. Já no terceiro dia, o Jardim Luís de Camões recebe a EBM dos WULFBAND e a synthpop dos Black Nail Cabaret, em dois concertos que certamente captarão a atenção de quem não está habituado a desafios fora da zona de conforto. No terceiro dia e ainda em grande destaque está a performance dos META MEAT, no Museu de Leiria, que promete gravar uma boa experiência na memória do público.


Para fechar os ânimos da noite e esbater as últimas calorias do corpo, os últimos concertos de cada dia do EXTRAMURALHAS decorrem na Stereogun, uma excelente sala para conviver com as bandas mais emergentes que passam pelo festival, após os concertos terem fim e se ter instaurado a pista de dança. Os concertos na Stereogun não são grátis, mas há um pack que os torna assim bastante apelativos, que é o bilhete combinado, disponível por 25€ e que permite o acesso às after-parties e aos concertos de ACTORS, a 29 de agosto; The Lust Syndicate, a 30 de agosto; e TRAITRS, a 31 de agosto (Podem adquirir aqui).





Todas as informações adicionais relativas ao EXTRAMURALHAS 2019 podem encontrar-se no site da Fade In (aqui), a promotora responsável pelo festival. Se quiserem saber mais sobre a edição do ano passado podem aproveitar para ler a nossa reportagem, aqui.


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