Nadah El Shazly, a estrela maior da nova música do Cairo, passa já nesta sexta no gnration em formato banda. Em 2017, estreou-se com Ahwar, um disco soberbo que abriu os horizontes para as novas produções egípcias. Depois da estreia a solo em Portugal, Nadah El Shazly regressa agora para se apresentar em formato banda.
Aquando da revolução egípcia, em 2011, Nadah El Shazly era ainda uma jovem rapariga que, como muitos outros jovens egípcios, desejava um futuro melhor para o seu país e onde depositava sonhos que lhe pareciam inatingíveis. Longe estava de imaginar que, em apenas quatro anos passados sob a Primavera Árabe, começaria a construir aquele que é até ao momento o seu único disco. Nadah, um prodígio entre muitos na recente e prolífera cena musical underground do Cairo, começou por cantar músicas dos punks Misfits, mas foi na produção eletrónica que encontrou o caminho para se libertar e ser incorreta com as fronteiras dos géneros musicais, algo que Nadah sempre faz questão de realçar nas suas entrevistas.
Ahwar (árabe para “pântano”), o seu único álbum, lançado na Nawa Recordings, editora do multi-instrumentista Khyam Allami, é um reflexo dessas fronteiras que Nadah tenta quebrar. Ao longo de dois anos, compôs, escreveu e produziu, contando com o companheirismo, arranjos e composição dos amigos Maurice Loca e Sam Shalabi, músicos egípcios que com o norte-americano Alan Bishop formam os The Dwards of East Agouza. Gravado entre o Egipto e o Canadá, Ahwar conta ainda com a cumplicidade no romper de fronteiras sonoras por parte de uma nata de músicos avant-garde de Montreal, todos eles integrantes na ensemble Land of Kush, liderada por Sam Shalabi. Em cinco composições que apresentam Nadah como uma das artistas equilibradamente mais arriscadas do mundo árabe, encontra-se ainda uma versão abstrata de um clássico da música egípcia: “Ana ‘Ishiqt (I Once Loved)”, de Sayyid Darwish, autor do hino do país e pai da música popular egípcia.
Com 30 anos de idade, Nadah El Shazly levou já o seu disco aos quatro cantos do mundo, dos mais respeitados festivais às salas mais atentas, apresentando-o a solo a maior parte das vezes, mas por outras, cada vez mais frequentes, acompanhada pelo conterrâneo Cherif El Masri (guitarra e sintetizadores), Elsa Bergman (contrabaixo) e Konrad Angus (bateria), formação com que se dará a conhecer em Braga e mostrará o porquê da tamanha aclamação a Ahwar, num momento em que todos já esperam o seu sucessor.
Os bilhetes possuem o custo de 7 euros e podem ser adquiridos em bol.pt, balcão gnration e locais habituais.
Os bilhetes possuem o custo de 7 euros e podem ser adquiridos em bol.pt, balcão gnration e locais habituais.