Os NU emergem da colisão entre o rock e o denso universo industrial. Um som de pulsação dura e maquinal que, aliado à literatura e à poesia, funciona como propulsor para a atitude performativa e criadora de imagem. Nascidos em 2016, em Santo Tirso, e depois de dois EPs, 2020 traz-nos o álbum de estreia Diferentes Formas da Mesma Areia Morta, gravado numa sessão live.
Guiada por passagens do escritor Thomas Pynchon, a voz que ecoa nas três faixas, o álbum expressa a perda de humanidade, a alienação tecnológica, o medo, a solidão, a psicose e a competição feroz e generalizada que impulsionam o clima de decadência que paira sobre a civilização ocidental. Ou, nas palavras de Pynchon, “um mundo cada vez mais em rota de colisão com o inanimado”. Os ambientes sonoros surgem do confronto deste mesmo mundo com o indivíduo comum, um desmoronar interior de significado e uma invasão silenciosa do vazio. É urgente ouvir os NU.
A apresentação portuense está marcada para 25 de setembro, no Understage (Rivoli), numa co-produção do Rivoli com a Amplificasom.