Optic Sink é o projeto que junta Natalie Hoffman, vocalista e guitarrista do Nots, ao percussionista Ben Bauermeister (Magic Kids, Toxie, A55 Conducta). O duo explora o lado mais minimal da eletrónica e do post-punk, descartando na sua sonoridade os computadores, ao mesmo tempo que abordam composições de paisagens marcadamente humanas.
Entre as influências de Optic Sink podem encontrar-se o Dadaísmo e o movimento Bauhaus, a filosofia existencialista de Simone de Beauvoir e os jump-cuts de Maya Deren. O poder e a tensão criados por Hoffman entre o humano e a máquina evoca personagens míticas do mundo cinematográfico, como Maria, a professora rebelde que se transforma em Maschinenmensch no filme Metropolis de Fritz Lang, e Ripley, a heroína destemida e arrogante que marca a saga Alien, criada por Riddley Scott.
O álbum de estreia de Optic Sink conta oito temas novos, de roupagens assumidamente atmosféricas e experimentais, compostos parcialmente numa residência musical no Memphis creative complex Crosstown Arts. Num disco de estreia declaradamente pessoal, Hoffman confessa que este funcionou como “uma procura evasiva pelo conforto” e que “os humanos têm necessidade de se libertar da dor”. A artista perdeu nos últimos dois anos pessoas que lhe eram muito queridas e após um período de desorientação e luto, voltou a focar-se na composição de canções, revelando-se como uma forma de terapia para a própria e uma maneira de superar a dor e o choque dessas perdas.
Optic Sink é também um disco de fortes convições políticas, refletindo sobre o clima que se vive na América neste ano de 2020.
da Goner e pode ser escutado na íntegra no Bandcamp do grupo e aqui em baixo.