O asturiano Rodrigo Cuevas apresenta-se em Portugal esta semana para uma série de concertos, em estreia, no âmbito do Misty Fest. O primeiro espetáculo acontece esta quinta-feira, dia 5 de novembro, no Museu do Oriente, em Lisboa, seguindo-se o Auditório de Espinho, sexta-feira, e dia 8 de novembro o Convento São Francisco, em Coimbra.
Vencedor de dois Prémios da Música Independente Espanhola para Artista Revelação e Melhor Álbum de Músicas do Mundo e Fusão, Rodrigo Cuevas apresenta, pela primeira vez em Portugal, o espectáculo multimédia Tropico da Covadonga, um bate-pé ao etnocentrismo capaz de unir os mundos divergentes do rural e do urbano.
Em 2019, a meias com o músico, compositor e produtor espanhol Raül Refree, editou o muito aplaudido Manual de Cortejo, álbum admirável onde a tradição galega e asturiana se cruza com as rotas desalinhadas da eletrónica moderna. É uma obra de difícil categorização que reflete a verdadeira engrenagem entre tradição e modernidade, entre a vida na montanha (Cuevas reside atualmente no alto das montanhas de Vegarrionda, nas Astúrias) e a luta interminável pelos valores da liberdade individual e de género.
Em entrevista ao Público, conduzida esta quinta-feira por Mário Lopes, o artista elabora sobre o seu novo espetáculo:
“É um paralelo imaginário, um lugar emocional a que podemos aceder quando ouvimos uma mulher a cantar a um rapaz, quando participamos num baile, quando cantamos uma canção. Entras num estado de espírito um pouco mágico. Cantamos e dançamos e o cansaço desaparece. Podemos dançar horas e horas e horas. Deixamos de ser nós para sermos um pouco mais. Um ser humano, simplesmente, em comunhão com todos. Ao entrar nessa vibração comunitária, estamos no Trópico de Covadonga. O meu desejo é levar pessoas que nunca o viveram a senti-lo.”