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Depois de se terem estreado em janeiro com o poderoso “Berlin” e, posteriormente, lançado o ritmado “Pashto” em março, os Gary, Indiana regressam este mês com “Nike of Samothrace”, o terceiro tema de carreira que coloca o trio sediado no Reino Unido no ponto de foco das novas atrações do cenário underground a colocar em vista no próximo ano. O mérito vem da energia contagiante e brutal que extasia quem a sente.
Scott Fair e Valentine Caulfield – os membros fundadores – conheceram-se no Aatma, um local no coração da próspera cena musical DIY de Manchester, quando as bandas de ambos dividiram palco. O estilo poético e visceral da voz de Caulfield – cantado em francês, a sua língua materna – ficou na mente de Fair e quando ambos os projetos terminaram, alguns meses depois, os dois começaram a discutir ideias. Com o objetivo de capturar e distorcer um pouco da emoção que os rodeava a dupla encontrou uma terceira peça que faltava, a percussão de Liam Stewart (Lonelady). O resultado entrega músicas de mixagem mínima, gravadas deliberadamente em espaços industriais de intensidade crua e a refletir as idiossincrasias dos membros.
Ainda nos estágios iniciais da carreira, no novo “Nike of Samothrace” os Gary, Indiana apostam em atmosferas sonoras em constante evolução situadas entre a amálgama perturbante da música noise, o fardo existencial do post-punk e os efeitos psicotrópicos do movimento psych. O resultado certamente será do agrado de bandas como Girl Band, Housewives ou Giant Swan e pode escutar-se abaixo.
“Nike of Samothrace” foi editado no passado dia 1 de dezembro pelo selo Fire Talk. Podem comprar a versão digital aqui. O disco de estreia da banda deverá dar à costa no outono de 2021.