A obra de José Afonso lançada originalmente entre 1968 e 1981 vai ser alvo de reedição. No dia em que se celebram os 47 anos da Revolução de Abril, a família do músico decidiu, em parceria com a editora Lusitanian Music, avançar com a edição dos 11 álbuns do autor de “Grândola, Vila Morena”, indisponíveis há vários anos.
José Afonso lançou Cantares do Andarilho, o seu disco de estreia, em 1968. O álbum foi publicado pela editora Orfeu, de Arnaldo Trindade, e incluía temas os temas “Natal dos Simples” e “Vejam Bem”. Até 1981, editou uma série de álbuns que se tornaram marcos da música popular portuguesa, desde Contos Velhos Rumos Novos (1969) a Fados de Coimbra e Outras Canções (1981), passando por Traz Outro Amigo Também (1970), Cantigas do Maio (1971), Eu Vou Ser Como a Toupeira (1972), Venham Mais Cinco (1973), Coro dos Tribunais (1974), Com as Minhas Tamanquinhas (1976), Enquanto há Força (1978) e Fura Fura (1979).
Segundo comunicado enviado pela família à imprensa, “o projecto prevê uma sequência de edições, nos formatos clássicos (CD e vinil) e no ecossistema digital, lançadas sob um novo selo, agora criado pela Lusitanian para divulgar esta obra única no panorama da música nacional e internacional”. Os 11 discos já haviam sido reeditados pela Orfeu, entre 2012 e 2013, para assinalar os 25 anos da morte do cantor e compositor.
Em Setembro do ano passado, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu o processo de classificação da obra fonográfica de José Afonso por considerar que representa “valor cultural de significado para a Nação”.