Ficou disponível hoje, em todas as plataformas digitais e em formato k7, Cura, o segundo disco de originais do violinista Samuel Martins Coelho. O registo será apresentado, ao vivo, num concerto a ter lugar no CCOP, no Porto, próximo dia 12 de maio.
Candura, controlo e gentileza são características do segundo álbum a solo de Samuel Martins Coelho. Descrevem também a reunião simbiótica que conduz entre jazz, clássica/contemporânea e folk/country. Os títulos das canções elucidam sobre a reconciliação com a vida em tempos de pandemia – “Cura”, “Respirar”, “Vento”, “Pele”, ou “Terra” – e o que se ouve nelas sente-se como a tensão e a incerteza de um músico que quer sair e crescer.
A carreira de Samuel passou – até ao momento – por diversos projectos e participações, seja como músico ou compositor: em 2019 acusou a vontade de criar em nome próprio e editar um álbum a solo – Partita Para Violino Solo – com o instrumento que o levou a isto tudo, o violino. Dois anos depois, Cura, a estreia na Lovers & Lollypops, é sinónimo de crescer e conforto, seja com o lado material, o violino e a guitarra que o acompanha, seja com aquele que se pode considerar mais espiritual, o da criação e da autorrealização enquanto compositor.
Essa é a maravilha da partilha de Cura. Um acto contínuo de descoberta e execução, entre Penguin Cafe Orchestra, Max Richter e Jóhann Jóhannsson, em que o músico usa o isolamento e as convivências – ou falta delas – das restrições, para criar uma linguagem clara que se oiça como música de comunidade. Há bondade e gentileza em todos estes sons. Em “Awakening”, o último tema, Samuel Martins Coelho parece querer dizer que a cura chegou finalmente ao fim. Talvez para si, para nós, ela só agora começou.