Os Illicit Epiphany, coletivo multidisciplinar fundado em 2015 com base em Viseu, acabam de lançar o videoclipe para o tema “Caligula”, lançado há dois anos, que conta com a participação de Braga, Kaiser e BAAL. Volvidos sensivelmente 4 anos e uma pandemia mundial desde a sua fundação, este coletivo integra atualmente membros de todo o mundo (Portugal, França, EUA, Noruega, Bulgária), projetando a imagem e o nome de Viseu na cena musical nacional e internacional de hip-hop. Os Illicit Epiphany hasteiam igualmente a bandeira da região da Beira Alta pela comunidade virtual de gaming internacional, mercê do sucesso dos virais vídeos de highlights de CS:GO que caracterizam o seu trabalho primogénito.
Aproveitando esta ocasião para conhecermos melhor este coletivo, trocámos uma palavras com Vítor Ferreira aka Braga, membro fundador do Illicit Epiphany, para sabermos mais sobre as suas origens e o que o futuro lhes reserva. Desde 2017, inspirado pelo “Against The Clock” do produtor Southside no canal de YouTube da FACTmagazine, Braga faz beats no Fl Studio 11. Segundo o próprio: “O facto de ele ter feito uma música em menos de 10 min fez com que crescesse em mim um objetivo/motivação para ingressar no mundo da música e expandir o meu skillset. Passados alguns meses de aprendizagem eu gostava de ouvir como é que os meus beats iriam soar com voz. Como não conhecia ninguém, comecei eu a usar os meus próprios beats e mais tarde acabei por influenciar pessoas muito próximas de mim a fazer o mesmo (ex: Kaiser, Whishi). Enquanto isso a pessoa que mais me fez querer evoluir e continuar no mundo da música foi o Aru, também membro da Illicit Epiphany hoje em dia, mas na altura era apenas um amigo online norueguês que tinha conhecido a jogar Counter-Strike: Source em 2012. Nós puxávamo-nos um ao outro e isso fez com que estivéssemos sempre a produzir e aprimorar o craft”.
Por inerência, as valências expandiram-se para o ramo do design gráfico e, em 2016, o conteúdo audiovisual assume outro teor. Mercê da efervescente comunidade de skate e BMX de Viseu, a equipa de moviemaking começa a integrar-se nesta dinâmica existencial e acompanha o quotidiano dos jovens riders e skaters viseenses. Já o ano de 2017 fica marcado pela expansão do coletivo em nova incursão fora da sua zona de conforto, desta vez na indústria têxtil da moda e do streetwear com o surgimento da Illicit Store, a montra e boutique onde se encontra o merchandising oficial do coletivo, constituindo outra ramificação de um projeto que, ano após anos, vai desenvolvendo novas artérias artísticas.
Em 2018, surge a produção de música trap. Produtores, compositores, escritores, vocalistas, beatmakers e engenheiros constituem o plantel e a colaboração com artistas conterrâneos de vários quadrantes e áreas de trabalho. No seio dessa confluência artística e multidisciplinar, a Illicit Epiphany trabalhou na conceptualização, realização e edição dos videoclipes “Cowabunga”, “My Life” e “Lau” de Tilhon. As colaborações com agentes culturais viseenses não se esgotam por aqui. Em 2019, o coletivo alia e une-se, numa parceria frutífera e ativa até aos dias de hoje, com os Ergo Bandits (duo de arte urbana) na criação do mural “The Last Selfie ” onde figuram Braga e Kaiser, dois dos membros da Illicit Epiphany.
2020, ano por demais surreal, não deixa de ser um ano importante na vida do coletivo. O coletivo assume-se como produtora de vídeo e de cinema através do videoclipe “Perdi o Norte”, idealizado e concebido para a artista mema, e apresenta-se ao vivo pela primeira vez na sua cidade natal, Viseu, no palco da edição de 2020 de Cubo Mágico.
Foto: Edu Silva
A 11 de fevereiro de 2021, o duo lost faction (constituído por Braga e Kaiser) emerge nas plataformas musicais com o tema “slime”, uma pedrada no charco dentro do marasmo formulaico do hip-hop e trap português. Quanto ao futuro próximo, os lost fraction já têm alguns singles planeados para breve tendo em vista um conceito e muito sumo planeado para um projeto longo. “Neste momento achamos que o melhor que temos a fazer para nos promover a nós mesmos é mesmo chegar às pessoas com singles, narrativas e visuais incríveis como acompanhamento, produzidos pela Illicit Epiphany.” – conclui Braga.