Nascido de uma colaboração entre a Ombra Agency e a Oráculo Records corria o ano de 2018, o Ombra Festival chegou como mais uma afirmação do crescimento da vaga underground na indústria da música no período pré-pandémico. Depois de duas edições progressistas e, de uma pausa forçada no ano 2020, a organização arriscou e volta a trazer uma ténue luz ao fundo do túnel na terceira edição do festival que decorre já nos próximos dias 26, 27 e 28 de novembro na modernista fábrica Utopia 126 em Barcelona.
Entre as principais novidades desta edição do Festival Ombra 2021 – além da extensão a três dias – encontra-se a pontual abertura que ocorre a 25 de novembro e que pauta pelo cardápio cultural apresentado, a colocar na mesa debates que vão desde os festivais belgas percussores da EBM à situação atual do lazer noturno em Barcelona; mostras sonoras ao vivo – onde se destaca a abordagem analógica de She’s on Tape (aka Mimik) em comunhão com a nova onda do cinema erótico de Erika Lust; oficinas modulares e rítmicas; o espetáculo transgressor de teatro urbano com assinatura dos históricos La Fura dels Baus e uma série de opções estimulantes que podem ser consultadas ao pormenor neste link.
A manter a tradição de dar espaço de palco aos projetos emergentes no panorama, o Ombra arranca a 26 de novembro com inauguração a cargo de Jheal Bashta, projeto a solo de Alejandro Torre com foco na decadência industrial e que prepara o público para um longo dia de sonoridades inusitadas. A deixa dá lugar à eletrónica de SDH (Semiotics Department of Heteronyms) que promete arrancar os primeiros passos de dança entre o público. No primeiro dia a marcar pelo arrojo no panorama encontramos ainda a dupla belga Ultra Sunn, a apresentar o novo Body Electric e a eletrónica minimal da dupla alemã Brigade Rosse;Além dos nomes revelação, a terceira edição do Ombra alicia também pelos nomes de renome no meio como é o caso de Absolute Body Control, incontornável nome percussor do movimento minimal wave na Bélgica. Com A New Dawn na bagagem, o novo álbum editado em março do mês passado, o projeto de Dirk Ivens e Eric Van Wonterghem mantém-se fiel às caixas de ritmos e maquinaria analógica, subindo a palco no primeiro dia de festival para um espetáculo dinâmico onde não deverão faltar os êxitos de carreira.Num segundo dia mais explorativo, a 27 de novembro, fazem-se grandes apostas em AUS TEARS. A dupla finlandesa ativa desde 2015 tem-se mantido mais afastada dos holofotes, mas aposta numa onda minimal de sonoridades cruas com uma atitude punk que promete ser bem pegajosa, com Levelled Directions (2020) em destaque.Também no segundo dia, sobem a palco Clock DVA, um dos primeiros grupos a surgir durante a formação da cena eletrónica de Sheffield no final dos anos 70. A histórica banda inglesa sobe ao palco do Ombra Festival 2021 para mostrar as estruturas rítmicas da sua eletrónica experimental. No mesmo dia, podemos também ver mais uma das bandas pioneiras do movimento coldwave e EBM da Bélgica, Parade Ground.
Ainda nos destaques do segundo dia de festival encontramos a música obscura e sintetizada de Soft Riot, a poderosa abordagem musical de Julia Bondar, a eletrónica hipnótica de Adrian Marth e ainda as caixas de ritmos poderosas e o espetáculo teatral de 89st e Petra Flurr.Já no domingo, a 28 de novembro, os principais destaques vão para NNHMN, dupla constituída por Lee Margot e Michal Laudarg que tem cultivado uma opinião bastante positiva e coerente ao redor das suas últimas edições. Além dos já mencionados La Fura Dels Baus destaque também para Blind Delon, – que apresentam ao vivo o seu mais recente disco de estúdio Chimères (2020) – e ainda De Ambassade, a nova aposta da minimal wave feita nos Países Baixos de estética revivalista.
O Ombra Festival 2021 decorrerá com todos os padrões de segurança vigentes, oferecendo aos espectadores espaço suficiente para dançar e meter a diversão como palavra de ordem. Todas as informações adicionais podem ser consultadas aqui.
