De 1 a 4 de junho, oito artistas passam pelo Theatro Circo, em Braga, para a edição deste ano do ciclo MUSA. The Weather Station, Sílvia Pérez Cruz, Maria José Llergo, Maria Arnal i Marcel Bagés e Silvana Estrada são algumas das propostas do evento dedicado à música no feminino.
No primeiro dia, a 1 de junho, a compositora e multi-instrumentista Tamara Lindeman, mais conhecida por The Weather Station, inaugura o ciclo MUSA com uma noite só para si, mostrando um dos discos mais aclamados e elogiados pela crítica especializada de 2021, Ignorance, recebendo da revista Uncut um justo e admirável primeiro lugar. A artista canadiana traz ainda o novíssimo How Is It That I Should Look at the Stars, lançado em março deste ano, e que apresentará a solo munida de piano e de uma guitarra.
No segundo dia, a noite será dupla e com um par de compositoras que prometem estremecer a sala principal. Falamos da mexicana Silvana Estrada, que se estreará em Portugal nesta data, para mostrar Marchita, disco de estreia a solo, editado pela gravadora independente Glassnote com músicas originais em espanhol que misturam o seu amor pelo jazz com estilos folclóricos tradicionais mexicanos. Na mesma noite, a cantora e compositora já conhecido dos portugueses, Sílvia Pérez Cruz, fecha a noite para apresentar o seu novo disco Farsa que criou a partir de conversas com outras disciplinas artísticas como o teatro, o cinema, a dança, a poesia, a pintura ou o cinema de animação. Fruto da sua conhecida relação de amizade, poderão surgir surpresas em palco.
A terceira noite, pertence a dois nomes da música espanhola, que têm colocado o seu país como um dos mais frutíferos e inventivos na desterritorialização de géneros musicais. Será Maria Arnal i Marcel Bagés, projeto liderado pela primeira artista, a inaugurar a noite para desvendar o seu segundo álbum, Clamor, que foi (é) um milagre: uma fábula contra pandemia que reivindica a nossa própria vulnerabilidade; uma utopia pop (hiper) mutante que renova completamente o imaginário sonoro de 45 Cérebros y 1 Corazón (2017) e foi reconhecido como o melhor álbum nacional de 2021 diversas publicações. A fechar a noite, subirá ao palco Maria José Llergo, que traz Sanación, álbum de estreia que contém sete temas, escritos por ela, que refletem o seu processo de cura emocional e presta homenagem às suas raízes através de elementos sonoros. O flamenco bastardo de Córdoba é agora mais mântrico: a voz em primeiro plano, doce e profunda, flutuando sobre eletrónicas nebulosas e atmosféricas.
Por fim, a 4 de junho, a dupla de artistas é formada pela veterana Rocío Márquez e a geração Z do flamenco, Ángeles Toledano. A história de Ángeles Toledano começa em 1995 no centro de uma família de Jaén com historial no flamenco. Passados mais 20 anos, e inúmeros prémios no género musical, acaba por receber uma bolsa para estudar na prestigiada Fundación Christina Heeren Flamenco Art School em Sevilha. É sem dúvida, uma das mais promissoras vozes em Espanha. A encerrar a noite e o ciclo MUSA, estará uma das maiores referências do flamenco contemporâneo, Rocío Márquez. Chega a Braga pela primeira vez para apresentar o disco Visto En El Jueves trabalho que revisita e reinventa cantes antigos, diferentes palos e música popular espanhola que Rocío foi recolhendo ao longo dos tempos no fervilhante mercado de rua El Jueves, em Sevilha. Em 2020, o álbum arrecadou o prestigiado prémio Les Victoires du Jazz na categoria Melhor Álbum de Músicas do Mundo, marcando, desta forma, a primeira vez que um álbum de flamenco e uma artista espanhola foram distinguidos com este prémio.
Entre os dias 1 e 25 de junho, estará também patente no Salão Nobre do Theatro Circo a exposição “Famílias”, da fotógrafa Mag Rodrigues. Os bilhetes podem ser adquiridos no Theatro Circo, locais habituais e na bilheteira online pelo custo de 15 euros por sessão.