Nos dias 18, 19 e 20 de maio, os alemães Einstürzende Neubauten passam pela Casa da Música (Porto), pela Aula Magna (Lisboa) e pelo Teatro Municipal da Guarda para os primeiros concertos em território nacional em mais de seis anos. Depois de duas tentativas goradas pela pandemia, a banda atualmente formada por Blixa Bargeld, Alexander Hacke, NU Unruh, Jochen Arbeit e Rudi Moser traz consigo o mais recente álbum Alles in Allem, de 2020, para uma série de espetáculos inseridos na digressão The Year of the Tiger.
Com as suas performances demolidoras, elevaram a música ao patamar de arte, explorando os limites do som e do mundano (a histórica performance que apresentaram no Instituto de Arte Contemporânea de Londres em 1984 foi introduzida como um concerto para voz e maquinaria, mas o desfecho passou por uma imprevisível tentativa de perfurar o palco com recurso a brocas e berbequins).
O coletivo de Berlim conta ainda dezenas de trabalhos editados desde 1980, todos eles fundamentais para um melhor entendimento da música experimental (o uso idiossincrático de bidões, black & deckers e martelos pneumáticos nas suas composições fizeram do grupo uma das pedras basilares da música industrial) mas também dos diferentes quadrantes que marcaram a música popular das últimas décadas, do techno marcial de “Yü-Gung” à arte-pop refinada de “Sabrina”.
Alles in Allem, o primeiro álbum dos Neubauten em 12 anos, aterrou em 2020, em plena celebração dos 40 anos da banda, e é mais um documento vital de como envelhecer bem.
