Mário Rui Silva está de passagem pelo nosso país numa das suas raras aparições. O músico angolano vai atuar amanhã no Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa, e no dia seguinte em Coimbra, na Casa das Artes Bissaya Barreto, no âmbito dos Concertos no Jardim.
Dono de uma carreira de meio século dedicada à música popular angolana, Mário Rui Silva é um conhecedor profundo da técnica e da história da guitarra. Doze anos depois da última passagem por Portugal, o músico e investigador regressa para apenas dois concertos, impulsionado pela recente edição em vinil duplo de temas seus gravados nos anos 80 pela londrina Time Capsule.
Silva destaca-se como compositor, guitarrista, mas nos seus concertos está também o lado de estudioso e contador de histórias da música. Na sua música temos um encontro inevitável com os ritmos transportados pelos escravos africanos como marca de orgulho e identidade. Em constante movimento entre Angola e a Europa ao longo da sua vida, podemos ouvi-lo em registos com o lendário Bonga, mas também com a cantora brasileira Ana Paula, os também angolanos Duo Ouro Negro e o percussionista Henri Samba. A sua extensa obra é consequência do também vasto alcance das suas influências, cristalizadas nas raras aparições que faz em concerto. As portas para o concerto de Coimbra abrem às 18 horas com um DJ set de Inês Rodrigues e João Gaspar, os responsáveis pelo programa da Rádio Universidade de Coimbra Nô Badja. Os bilhetes podem ser adquiridos na porta ou reservados aqui. A Casa das Artes Bissaya Barreto está ainda a preparar para este verão um concerto do grupo português de reggae Kussondulola Som Sistema e o prestigiado Festival Les Siestes, que se realizará este ano de 2 a 4 de Setembro.
