Empenhados em descentralizar a música das grandes cidades, eis que após um ano recheado de atividades, a aposta em residências artísticas, projetos educativos e diálogos que cruzem o tradicional com a contemporaneidade, surgindo assim a primeira edição do festival Futurama que celebra as artes em Mértola, Beja, Serpa e Castro Verde.
A programação estende-se ao longo de quatro fins de semana, inicialmente em Mértola (30 de setembro), Beja (7 e 8 de outubro), Serpa (14 e 15 de outubro) e Castro Verde (21 e 22 de outubro) com a apresentação de projetos projetos desenvolvidos ao longo do ano e que têm agora a possibilidade de se estrearem ao público, a partir de novas colaborações musicais entre artistas portugueses e espanhóis, concertos com a comunidade artística local, a apresentação de instalações, de performances e workshops.
O grande desafio do festival é de criar sinergias de multidisciplinariedade com a população, de cariz cultural e humano do Baixo Alentejo, entre os patrimónios imaterial e material, como é o caso do cante alentejano, o Castelo de Serpa, o Convento de São Francisco, em Mértola, e o Museu Rainha D. Leonor, em Beja.
No arranque do festival em Mértola, a 30 de setembro, temos a estreia da colaboração entre o jovem prodígio da guitarra portuguesa, Gaspar Varela, e o impressionante guitarrista de flamenco Yerai Cortés, e ainda um workshop de criação de vídeo e som, dirigido pelos artistas Carincur e João Pedro Fonseca, com os alunos da escola profissional ALSUD. No fim de semana seguinte, em Beja, recebe-se o projeto de colaboração de Filipe Sambado com a espanhola Yamila, uma instalação da artista plástica Wasted Rita, a estreia nacional do filme “O Novo Evangelho” de Milo Rau e termina-se a noite com a adrenalina de Nídia, artista da Príncipe Discos.
Em Serpa teremos a oportunidade de assistir ao projeto YELI YELI, uma parceria da eletrónica de Pedro da Linha com o flamenco tradicional do espanhol Álvaro Romero e a exibição do documentário “A Música Invisível” de Tiago Pereira que retrata o panorama da música cigana em Portugal. No último destino do festival, em Castro Verde, o coletivo “Os Espacialistas” apresentam uma instalação e performance com os alunos da Escola Secundária de Castro Verde e a talentosa harpista espanhola Angélica Salvi atua juntamente com os Tocadores de Viola Campaniça de Castro Verde para um espetáculo único.
Destaque ainda para a parceria do Festival Futurama com a Amnistia Internacional de Portugal, que vai dirigir um workshop sobre direitos humanos e sobre como as artes e a cultura têm um potencial ativista no combate à injustiça e à repressão dos direitos e liberdades coletivas, em Beja e em Serpa a acontecer no dia 7 de outubro.
Com a missão de que esta programação transdisciplinar aconteça da forma mais inclusiva e acessível possível, cabe a cada espectador e espectadora definir o preço do seu bilhete para cada uma das atividades, a partir do valor simbólico de 1€.
Podem consultar toda a programação aqui.