Depois do lançamento de “don’t ask, it’s rude” em 2020, nëss está de volta. Na passada quarta-feira, dia 5 de abril, saiu o segundo single de artista multidisciplinar, oriunde da linha de Sintra, numa antecipação ao seu futuro LP.
Antes do seu projeto a solo, nëss esteve já envolvida na editora Troublemaker Records e era uma das vozes do coro de Maria Reis, uma peça do puzzle em Pega Monstro, e já tinha colaborado com Odete e Farwarmth. Em 2023 marca o seu regresso com a música “l o o p”, onde canta sobre a sua (e nossa) vida, que se rege pelo sistema capitalista vigente e pelo trabalho que nunca mais parece ter fim, repetindo-se uma e outra vez, como um dia interminável. “l o o p” surge do momento de reflexão onde nëss percebe o quanto os últimos 3 anos a trabalhar full-time como empregado de mesa e bartender tomaram conta da sua vida e nela reflete sobre a precaridade na música e em Portugal.
Numa sonoridade punk, nëss foi influenciade pelo bairro, pelo kizomba e trap e abraça qualquer receio ou ansiedade na sua música enquanto artista não-binária, queer e negra, transpondo a sua realidade naquilo que faz. Da honestidade, seguiu-se o resto. Na guitarra desenfreada mas melódica e na voz que lembra Kimya Dawson está nëss, e em “l o o p” também ouvimos Francisco Couto (bbb hairdyer) no baixo, Ricardo Mendes (Cave Story e HISOU) na bateria e Nany Aguiar no violino.
