Das primeiras primeiras aventuras enquanto Oneohtrix Point Never, essenciais para o movimento que David Keenan cunharia de pop hipnagógica, à direção musical do intervalo apresentado por The Weeknd na Super Bowl (e do consequente trabalho de produção no dístico de álbuns After Hours e Dawn FM) vai um salto temporal de quase quize anos.
Pelo meio, passou pelo aquário da Galeria Zé dos Bois, em 2010, a propósito da digressão de apresentação de Returnal, a estreia do músico e compositor norte-americano pela Editions Mego (atuou no Out.Fest, dedicado às músicas exploratórias, no ano seguinte), e pelo Teatro Maria Matos, dois anos depois, com o colaborador Nate Boyce.
Agora, o autor de Replica, um dos melhores lançamentos da última década para a nossa redação, regressa a Lisboa para um espetáculo único no Cineteatro Capitólio. O concerto, que integra a programação da ZDB para junho, está agendado para o dia 13 desse mês e os bilhetes já se encontram disponíveis.
Magic Oneohtrix Point Never, o nono de uma inventiva discografia, é o mais recente trabalho de Daniel Lopatin sob o mais conhecido dos seus pseudónimos (Dania Shapes, KGB Man e Chuck Person são outros exemplos de referência; com o último, antecipou as distopias retro da vaporwave), e o sucessor de um aclamado tríptico de lançamentos publicados sob a chancela da Warp. R Plus Seven, trabalho que selou esta ligação, cumpre dez anos no próximo mês de setembro.
Ao longo da sua renomada carreira somou ainda colaborações com FKA twigs, Anhoni, Rosalía e Elizabeth Fraser, bem como uma premiada relação com os realizadores Joshua e Ben Safdie (a sua prestação no filme Good Times, de 2017, valeu-lhe o galardão de Melhor Banda-Sonora Original no Festival de Cannes).