De Boris a bar italia, Soul Glo, Roy Montgomery e Oneohtrix Point Never: o recheado mês de junho da ZDB

| Maio 30, 2023 12:01 am

Instituição do rock japonês, responsável pela criação de alguns dos mais desafiantes registos da música extrema, os Boris apresentam-se na Galeria Zé dos Bois a 3 de junho para apresentar Heayy Rocks, o terceiro volume de uma série inaugurada em 2002, e que conheceu a sua última instalação em 2022. O concerto – o primeiro em terras lusas desde a passagem pelo Porto, em 2011 – acontece a 3 de junho na sala lisboeta. No dia seguinte, o atual trio de Tóquio apresenta-se na Blackbox do gnration, em Braga.

Pilar da editora World Music, fundada pelo sempre elusivo Dean Blunt, os britânicos bar italia são mais um dos destaques da ZDB para o mês de junho. O grupo liderado por Nina Cristante com Jezmi Tarik e Sam Fenton – que formam a dupla Double Virgo – traz consigo o mais recente álbum Tracey Denim, editado em maio pela Matador, para um espetáculo único em Portugal a 4 de junho.

No dia seguinte, a 5 de junho, os norte-americanos Soul Glo apresentam o mais recente álbum Diaspora Problems, tratado de subversão punk que assinala a estreia do grupo pela Epitaph. A 6 de junho ascendem ao palco do Maus Hábitos, no Porto (os portugueses Hetta asseguram a primeira parte de ambos os eventos).

A 7 de junho, uma noite dedicada à melhor poesia eletrónica feita à margem da esfera popular: o norte-americano Wiki, membro dos extintos Ratking, bem como os compatriotas Subjxct 5 e Papo2oo4, do coletivo 2oo4, são os responsáveis por debitar as barras que irão aquecer o aquário da ZDB nesse dia, numa comitiva de luxo que conta ainda com o britânico Jadasea.

Nome essencial das conjunturas pop de recorte hipnagógico, Daniel Lopatin, ou seja, Oneohtrix Point Never regressa a Lisboa em junho para um espetáculo único no Cineteatro Capitólio. O concerto, que integra a programação da ZDB, está agendado para o dia 13 desse mês e terá como mote Magic Oneohtrix Point Never, o nono de uma inventiva discografia que antecipou as distopias retrofuturistas da vaporwave, e cujo importante legado o levou a somar colaborações com FKA twigs, Rosalía e The Weeknd, bem como uma premiada relação com os realizadores Joshua e Ben Safdie — a sua prestação no filme Good Times, de 2017, valeu-lhe o galardão de Melhor Banda-Sonora Original no Festival de Cannes; dois anos depois, Uncut Gems voltou a unir este trio de norte-americanos.

Reverenciado por ilustres como Liz Harris (Grouper) ou Dry Cleaning, Roy Montgomery apresenta-se também na sala lisboeta a 27 de junho para um espetáculo a solo, onde interpretará temas do seu vasto repertório, cujos primórdios remontam ao princípio dos anos 80. Foi nessa década, aliás, que liderou a formação dos The Pin Group, cujo curto mas importante legado o firmou como uma das mais desafiantes propostas da editora Flying Nun, condição que manteve através de outros projetos igualmente desafiantes, como os Dadamah, os Hash Jar Tempo ou os Dissolve, até se fixar a solo enquanto compositor de maravilhosas canções informadas pela perda, como podemos escutar na sua obra mais reconhecida, Temple IV, publicada em 1996 sob a alçada da Kranky.

Lael Neale, The Nude Party e HHY & The Kampala Unit (no âmbito de mais uma noite Bola de Cristal) são outros nomes que passarão pela ZDB até ao final de junho (consultem o plano completo de eventos aqui).

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