Entre os dias 29 e 31 de janeiro de 2025, o SQUARE acolhe uma conferência destinada a profissionais e curiosos do setor da música. Sob o tema Margem, o evento reunirá artistas, investigadores, profissionais da indústria musical e agentes culturais para refletir sobre os desafios, as possibilidades e os novos paradigmas que emergem na criação contemporânea. Durante três dias, um conjunto de conversas pretende provocar uma reflexão coletiva sobre os significados, impactos e transformações inerentes ao trabalho artístico nos diferentes territórios fronteiriços do Atlântico. A conferência do SQUARE terá lugar no gnration em Braga. O acesso ao evento implica a compra do PASSE PRO.
No primeiro dia, sob o tema Geomusicalidade, terreno e acidentalidade, a programação inicia-se com a conversa Música da Costa, que aborda o Atlântico como catalisador criativo, refletindo sobre as especificidades das práticas artísticas em contextos urbanos costeiros e os impactos da crise ambiental nos processos criativos. Segue-se Práticas artísticas em zonas rurais, uma discussão sobre a criação em territórios afastados dos grandes centros urbanos, com foco na relação entre proximidade ao poder decisório e liberdade criativa. O calendário da conferência do dia encerra com Cidades e comunidades criativas para a música, onde se investiga modelos inovadores de desenvolvimento musical em cidades tão distintas quanto Cidade do México, Idanha-a-Nova (Portugal) e Kampala (Uganda).
O segundo dia, com o tema A vida na margem, abre com a conversa Geografia como catalisador, geografia como limitador, onde se exploram os desafios e as oportunidades que a localização geográfica apresenta ao desenvolvimento das carreiras artísticas. Em seguida, A margem não escreve a história apresenta um diálogo entre a artista queniana Nyokabi Kariuki e Joshua Minsoo Kim, editor da Tone Glow, centrado na invisibilidade histórica das contribuições africanas na música eletrónica. O ciclo do dia conclui-se com O ‘centro’ não pode sustentar: redefinir a ideia de sucesso, uma reflexão sobre a hegemonia cultural anglo-europeia e a necessidade de descentralização, com propostas para reimaginar novos paradigmas de centralidade e sucesso no setor musical.
No terceiro e último dia, dedicado ao tema Guia de sobrevivência do artista independente: Há margem para isso?, os debates giram em torno da sustentabilidade e das condições de trabalho dos artistas. A primeira conversa, Precariedade ou viver como artista, analisa políticas culturais, estruturas fiscais e iniciativas de organização coletiva que possam tornar o trabalho artístico viável como profissão. Já Community Owned Venues e outras ideias de organização horizontal na indústria da música foca-se em modelos éticos e colaborativos, como o caso da venue Sister Midnight e o cooperativo Subvert, que trazem novas perspectivas de gestão na indústria. O encerramento da conferência dá-se com Assembleias Populares: o que faz falta, onde são apresentados os resultados das assembleias realizadas nas quatro cidades onde se realiza o evento, que permitiram a recolha de contributos diretos da comunidade artística para a construção de um futuro mais inclusivo e participativo.
Na lista de oradores estão confirmadas as presenças de April Claire Welsh (Jornalista freelancer), Austin Robey (Ampled, Subvert), Brahim El Mazned (Timitar Festival of World Music), Diana Glusberg (Niceto Club), Djô da Silva (Atlantic Music Expo), Evelyne Lopez Mussons (Rural Vivo – Associação na Serra do Gerês), Filipe Faria (Idanha-a-Nova – Cidade Criativa para a Música da UNESCO), Gibrana Cervantes (artista), Gonçalo F. Cardoso (Discrepant), Joshua Minsoo Kim (Tone Glow), Laura Diaz (TETO PRETO/MAMBA NEGRA), Lenny Watson (Sister Midnight), Marisa Rodrigues (Bantumen), Miguel Rocha (Jornalista freelancer), Mynda Guevara (Artista), Niokabi Kariuki (Artista), Oliver Baurhenn (Musikfonds e.V), Paddy Clarke (The Quietus), Ricardo Baptista (ondamarela), Saya Mohamed (Dj, curadora) e Xexa (artista).
Com uma programação que reflete os desafios e as oportunidades da criação musical contemporânea, a conferência Margem posiciona-se como um momento de encontro e reflexão para todos os profissionais do setor. Para mais informações sobre o programa e inscrições, visite squarefestival.pt.