Planeta Manas recebe o Festival Cometa este fim-de-semana

| Abril 24, 2025 8:24 pm

O festival que cruza tecnologias, criação musical e acessibilidade chega ao Planeta Manas já nos dias 25 e 26 de Abril entre as 19h00 e as 05h00. O projeto pretende celebrar os 8 anos de história da mina e ainda os quase 4 anos de existência do Planeta Manas, que anunciou recentemente o seu encerramento – a 25 de julho irá decorrer o último evento num espaço que foi concebido para todas as pessoas, onde se ama, onde se cria, onde se dança, onde se frui arte, onde se finta a hegemonia e o capitalismo patriarcal e se celebra a emancipação, o direito ao prazer e à alegria, o direito à cultura.

Para esta edição do Festival Cometa, a programação é composta de artistas que marcaram profundamente a história do Planeta Manas. Com um alinhamento multidisciplinar e artistas de diferentes meios artísticos, o festival tem a intenção de mostrar ao público projetos da linha da frente da experimentação e do clubbing. Contando, no seu primeiro dia de programação, artistas como BLEID, Adriana João, Yaw Tembe, Jejuno, Van Der, Menino da Mãe, Serpente, e convidada especial Nkisi (na fotografia).

O segundo dia começa com a exibição do filme The Sub Bar Show, um projeto musical com colaboração de artistas surdos, seguindo-se o DJ Set da artista multidisciplinar Diana Policarpo e a experiência audiovisual imersiva do coletivo NBCode, que cria atmosferas audiovisuais através de programação em código computacional. Continuando com XEXA, artista afrofuturista que explora as possibilidades de fusão entre ritmos africanos tradicionais com sintetizadores, vocais e sound design e Ari.you.ok, artista que pesquisa as possibilidades de encontro entre loopstations e ritmos africanos ancestrais. A performance interativa de marum e latentvoid, contempla o luto através de experiências vibro acústicas e visuais generativas utilizando inteligência artificial, seguindo-se System Sophie, Rezgate, usof e o DJ Set temático de Violet, que se estende até de manhã encerrando o festival.

Durante os dias do festival acontece também a terceira edição do Mercado em Órbita, levando ao espaço o DIY das queer rave cultures – trazendo bancas de discos, merch, roupa, tatuagens, piercings e muito mais.

As entradas podem ser adquiridas previamente na Patch Point, e no Damas, em Lisboa, ou no dia, no espaço do Planeta Manas.

O fim de ciclo do Planeta Manas deve-se, em grande parte, às rendas elevadas numa Lisboa gentrificada e saturada pelos detentores de meios e capital, públicos fragmentados por propostas comerciais, às consequências da mercantilização da cultura e, por fim, à repressão e violência policial. Ainda assim, o Planeta Manas não baixa os braços. A equipa apela à comunidade para ajudar na procura de um novo espaço onde, um dia, seja possível reimaginar o clubbing, as raves e os festivais sob uma nova lente. Para isso, está em curso uma campanha de crowdfunding, com o objetivo de cobrir os custos associados ao encerramento.

Até 25 de julho, o Planeta Manas continua por cá com mina, CURVS, infinity rug, DESCE, Angel e outras surpresas. Serão três meses de celebração e memória coletiva.

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