Reportagem: IAMX + Veil of Light [Hard Club – Porto]
Reportagem: IAMX + Veil of Light [Hard Club – Porto]
Novembro 18, 2015 1:13 am
| Reportagem: IAMX + Veil of Light [Hard Club – Porto]
Novembro 18, 2015 1:13 am
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A Threshold Magazine foi até ao Hard Club na última sexta-feira assistir ao tão aguardado concerto de IAMX em solo nacional para apresentar o mais recente Metanoia editado este ano. A abertura do concerto ficou a cargo dos Veil of Light, num evento com o selo da Muzik Iz My Oyster.
Às 22h15, à hora marcada, os Veil of Light, banda de Cold Wave/Post-Punk oriunda de Zurich, fizeram as hostes da casa, abrindo a noite que viria a ser, sem sombra de dúvida, do cabeça de cartaz. Não obstante, os Veil of Light, realizaram um concerto consistente e sobretudo competente, que aguçou o apetite ao público para o que viria a seguir.
Sala meia cheia, público ainda a cumprimentar os amigos e conhecidos ou então a escolher o melhor lugar para assistir aos concertos – começava assim, pontualmente, o primeiro concerto. Música em música, a cada interlúdio, o vocalista agradecia aos presentes, inicialmente, com um simples “thank you” tímido, e, já no final, com a plateia a dançar energicamente ao som da música eletrizante. O vocalista, sentindo-se totalmente liberto, solta o microfone que esteve o tempo todo pousado e vem cantar para a frente do palco, sentido a “vibe” que o público, já eufórico, lhe transmitia. Assim acabou o concerto de Veil of Light, com extensos agradecimentos e ovações do público.
Após o concerto de Veil of Light, seguiu-se um compasso de espera até que IAMX, na pessoa de Chris Corner, pisasse o palco e fizesse as delícas dos presentes. Foi notório na plateia, que a sua grande maioria veio propositamente para ver IAMX– concerto inédito em Portugal e que apenas teve um precedente em Lisboa, remontado já ao ano de 2007.
Ao primeiro acorde, cerca das 23h30, o pública entra em euforia e aplaude fervorosamente a aparição de Chris, sendo que, a partir deste momento até ao final do concerto, a dança, as palmas e até mesmo as ovações não cessaram um único momento. A descrição perfeita para este concerto é energia. A setlist, ainda que contivesse algumas músicas do novo álbum Metanoia que até podiam não estar bem decoradas, estava toda na ponta da língua do público, que também não parou de cantar e de acompanhar o vocalista.
Setlist:
1. I Come With Knives
2. The Alternative
3. Happiness
4. Mercy
5. No Maker Made
6. Tear Garden
7. Oh Cruel Darkness Embrace Me
8. Spit it Out
9. Surrender
10. After Every Party I die
11. Aphrodisiac
12. Your Joy Is My Low
Encore:
13. Kiss And Swallow
14. I am terrified
Com a sala já mais composta do que no primeiro concerto, o início deu-se com “I Come With Knives”, do albúm precendente de Metanoia, The Unified Field, lançado em 2013; seguiu-se “The Alternative”, single do albúm com o mesmo nome – este foi o primeiro momento alto da noite, onde Corner deixa de cantar para ouvir o público, em únissono, cantar por ele, e seguidamente com ele. A música acaba e as palmas são sonoras o suficiente para o primeiro agradecimento da noite: “Thank you, It’s a pleasure being here, with you.”
A música seguinte, “Happiness”, que faz parte da trilha sonora da atual série How to Get Away With Murder fez as delícias de todos e foi, sem dúvida o segundo momento alto da noite. No final, alguém do público solta “I love you” e o músico não se acanha, e numa conexão sublime com o público responde: “I love you too.”. Estavam assim criados laços de sintonia entre público-músico que se adensaram à medida que o concerto avançava.
Numa viagem que compreendeu os seus discos mais antigos e o recente Metanoia, tocou “Mercy”, do Kiss and Swallow, “No Maker Made” de Metanoia, “Tear Garden” do Kingdom of Welcome Addiction e, entre esta mescla de músicas, ostentava na mão um copo de vinho, do qual tirava um trago sempre que a música o permitia- “Cheers”, brindava ele connosco.
“Oh Cruel Darkness Embrace Me” e “Spit it Out” foram os momentos musicais que se seguiram, e que momentos! O público, em total extâse dançava e cantava freneticamente as duas músicas que são single de Metanoia e The Alternative, respetivamente.
O concerto galopava a passos de gigante, e a cada verso de música soltado, os presentes ganhavam mais energia e mexiam-se ainda mais fervorosamente. A ligação entre todos era notória. Os agradecimentos por parte de Chris davam-se a cada final de trilha sonora e a conversa com o público não se fazia só de música, pois sempre que era gritado algo ele respondia e criava nesses momentos uma cumplicidade rara.
“Don’t Stop! Come on!”, gritou ele no final de “After Every Party I Die”. Visivelmente emocionado exclama ainda “It’s lovely being here”. Todos se sentiam em casa. Cantavam, batiam palmas, dançavam de forma extravagante mas nada importava quando se tratava de estarem frente a frente com um músico que não vinha a Portugal há oito anos.
Após “Your Joy Is My Low”, IAMX abandona o palco e o público sente que ainda não deu tudo e que merecem um encore com músicas emblemáticas do artista. Assim, não hesitam numa ovação enorme que enche o Hard Club e Chris, acompanhado da sua banda voltam para tocar “Kiss And Swallow” e “I am Terrified”.
O concerto terminou exatamente da mesma forma como começou: assobios e palmas sonoras, no entanto, desta vez, eram palmas de admiração e carinho, que traziam consigo um pedido latente para que IAMX volte a este cantinho à beira mar plantado.
Texto: Gisela Carvalho
Fotografia: João Monteiro