Reportagem: O. Children + Agent Side Grinder + Sexy And Color [Hard Club – Porto]

Reportagem: O. Children + Agent Side Grinder + Sexy And Color [Hard Club – Porto]

| Março 13, 2016 3:49 am

Reportagem: O. Children + Agent Side Grinder + Sexy And Color [Hard Club – Porto]

| Março 13, 2016 3:49 am

Vou começar esta reportagem da forma que considero que todas as reportagens relativas ao concerto em destaque deveriam começar: a agradecer à MIMO pela excelente noite que proporcionou a todos aqueles que se dirigiram ao Hard Club na passada sexta-feira, dia 11 de março. Já há muito tempo que não dançava tanto num espetáculo ao vivo e posso dizer que quem foi certamente que partilha uma opinião semelhante.

Antes de passar a reportar aquilo que aconteceu, vou explicar a minha forma de avaliar concertos, a fim de mostrar o meu ponto de vista face ao sucedido. Um bom concerto, a meu ver, é um concerto que visto de diferentes perspetivas consegue transmitir emoções igualmente boas. Isto é, se eu estiver nas grades ou na última fila consigo estar ali a dar tudo de início ao fim do concerto. Vejo concertos com frequência há um tempo considerável para poder dizer que já não me lembrava da última vez que dançava e me divertia tanto como aconteceu nos concertos de Agent Side Grinder e O. Children na passada sexta-feira.

Sexy And Color


Com os concertos a começarem a horas, os portugueses Sexy And Color abriram palco para uma sala ainda pouco pomposa. Não vou discursar muito sobre questões técnicas, já que a sonoridade do quarteto é suportável, no entanto a voz do vocalista não encaixa de todo no pano sonoro. Foi um concerto rápido com ausência de um bom jogo de luzes à excepção da música “Sun” que viu a sua letra projetada e uma atmosfera ambiental mais obscura. Não há muito mais para dizer, afinal o público que vinha esperava era para ver Agent Side Grinder e O. Children.


Sexy and Color @ Hard Club

Agent Side Grinder

A sala começa a encher-se e por volta das 22h30 começa a tocar o baixo, quatro músicos em palco e os primeiros passos de dança do público. É “Into The Wild” e o público aguarda pelo performer Kristoffer Grip que entra mesmo em ponto no ritmo. O vocalista, que pode ser considerado um Ian Curtis ao vivo, pela sua dança característica, é muito acarinhado pelo público; afinal canta com alma e paixão. Se há coisa que aprecio nos Agent Side Grinder é os instrumentos que os acompanham em palco e a performance com que cada músico transmite ao tocar o que lhe compete. 

Os Agent Side Grinder são grandes animais de palco e nem singles como “Life In Advance”, mais calmos em estúdio, parecem fazer o público parar de dançar. A banda sueca apresenta Alkimia mas não é isso que impede que os grandes singles de Hardware(2012) como “Look Within” e “Mag 7” fiquem de fora da setlist. E percebe-se que o concerto vai ser do caraças quando a maioria do público presente se encontra na casa dos 30/40 anos e não se cansa de dançar. 

Um dos momentos mais bonitos do concerto aconteceu quando se ouviram as primeiras batidas de “Giants Fall”, o público estava super entusiasmado e claro que bateu aquela saudade do incrível concerto que deram no Entremuralhas o ano passado, afinal até ali a setlist era exatamente igual à que se ouviu em Leiria.
Entre uns “obrigado” e pouco mais que sabiam dizer em português, como já é típico no quinteto, após Kristoffer apresentar os restantes elementos da banda é tempo de ouvir “This Is Us”. Até nas filas de trás o público parece super divertido, montes de sorrisos e um concerto a destacar-se como o melhor da noite. Ao contrário do que aconteceu no Entremuralhas, Henric de la Cour não esteve presente em “Wolf Hour”, mas isso não impediu os Agent Side Grinder de fazer a festa para um concerto que já se aproximava do fim.

Depois de “Hexagon” (estava toda a malta a saltar) o quinteto sueco despede-se do público português com “Die To Live” a finalizar e sem direito a encore. Foi tudo tão incrível e só espero que haja regresso breve. Um concerto brilhante de início ao fim.


Agent Side Grinder @ Hard Club

O. Children
Uns minutos antes da meia noite sobe ao palco o quarteto inglês O. Children. A última vez que a banda passou por Portugal foi também no Entremuralhas, mas em 2014. Embora não tenham editado nenhum disco até então (Apnea, o último disco, data de 2012), os ingleses chegaram ao Porto para apresentar coisas novas, numa setlist recheada pelas canções mais conhecidas. Vem aí novo álbum(?).

A abrir com “Melot” foi em “PT Cruiser” que o público recuperou a energia para começar a dançar. Tobias O’Kandy é um excelente comunicador e fartou-se de interagir com os presentes no volver do concerto. Após “Ezekiel’s Son“, e um público bastante participativo a acompanhar o vocalista, era altura de melhorar o ambiente e colocar toda a sala a dançar, com a famosa “Dead Disco Dancer”. 

A voz de O’Kandy soa muito bem ao vivo e, é entre aplausos, que os O. Children se ouvem bem recebidos. Depois de “Lilys Man” e “Radio Waves”, não faltou na setlist “Ruins” e um concerto a aproximar-se do seu fim. Já nas últimas canções, vim espreitar o concerto cá atrás e senti uma energia tremenda igual à que sentiria se estivesse nas primeiras filas; e é isso que faz um bom concerto. Houve ainda tempo para encore com “Cherry Red” em destaque. 

O.Children @ Hard Club


Um obrigado à MIMO, mais uma vez, pelos excelentes concertos dos Agent Side Grinder e O. Children.  Já há muito tempo que não me divertia tanto. 🙂



Fotografia: Martinho Mota
Texto: Sónia Felizardo
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