Milhões de Festa 2016: O Descolar da Nave
Milhões de Festa 2016: O Descolar da Nave
Agosto 7, 2016 2:16 am
| Milhões de Festa 2016: O Descolar da Nave
Agosto 7, 2016 2:16 am
|
Tudo começou com a viagem de Lisboa para o Porto, mas adiante. Deve tudo começar quando se vai do Porto para Barcelos, quando se começam a criar maiores expectativas acerca do festival, quando se fazem prognósticos sobre concertos, enquanto passava LSD and The Search for God no carro.
Dia 0
Chegamos a Barcelos e montamos campo junto da nata de
Barcelos, dos filhos da terra, pessoal que conhece Barcelos de olhos fechados e
conhece a cena musical e, como todos os locais, nutre carinho pelo Milhões de
Festa. A seguir ao montar campo decidimos então seguir para o que
seria o primeiro concerto do festival: Ensemble Insano. A começarem e mostrarem a mote do festival: INSANIDADE do
início ao fim, sempre a dar tudo. Ensemble Insano são um supergrupo criado pelos elementos de bandas de Barcelos
como Killimanjaro, Glockenwise entre outros e com a maestria de André Simão. Um concerto com energia, a puxar influências
ao psych-rock, ao stoner rock e ainda ao tão amado em Barcelos, krautrock.
Após este, seguimos para o recinto. Nesta primeira noite a
fasquia estava por elevar e chegámos a tempo de ver Vozzyow, uma banda que, apesar de ainda precisar de melhorar a nível de sincronia, apresenta elementos – como o seu baixista – que consegue ter energia para dar e vender. Como todos os
outros baixistas que iríamos ver, incansáveis.
fasquia estava por elevar e chegámos a tempo de ver Vozzyow, uma banda que, apesar de ainda precisar de melhorar a nível de sincronia, apresenta elementos – como o seu baixista – que consegue ter energia para dar e vender. Como todos os
outros baixistas que iríamos ver, incansáveis.
Mais tarde e com um aglomerado populacional cada vez maior e
mais denso no perímetro do pequeno Taina, assiste-se a Eat The Turnbuckle, a
banda americana que conseguiu ser a grande atuação da noite: Um concerto que desafiou as leis da física, o corpo humano
dos elementos da banda e ainda o público que acompanhava cada malha com mosh.
mais denso no perímetro do pequeno Taina, assiste-se a Eat The Turnbuckle, a
banda americana que conseguiu ser a grande atuação da noite: Um concerto que desafiou as leis da física, o corpo humano
dos elementos da banda e ainda o público que acompanhava cada malha com mosh.
Um suadouro incrível criava-se, o espaço para se estar já
era pouco e assistia-se a um momento, que para mim foi das coisas mais bizarras
que vi ao vivo; vários elementos de Eat The Turnbuckle cortam-se com “pizza
cutters”. Há sangue no Taina, há vinho pelo ar e nas costas do guitarrista da
banda que continuar a atuar como se nada se passasse. Foi essa a mensagem que
a banda emitiu: Façam a festa, observem, não se passa nada.
era pouco e assistia-se a um momento, que para mim foi das coisas mais bizarras
que vi ao vivo; vários elementos de Eat The Turnbuckle cortam-se com “pizza
cutters”. Há sangue no Taina, há vinho pelo ar e nas costas do guitarrista da
banda que continuar a atuar como se nada se passasse. Foi essa a mensagem que
a banda emitiu: Façam a festa, observem, não se passa nada.
Foi pesado mas tínhamos de estar preparados para doses bem
piores nos próximos dias. Conseguimos a setlist, ensanguentada e rasgada, para a
recordação. Para quem foi, nunca esquecer.
piores nos próximos dias. Conseguimos a setlist, ensanguentada e rasgada, para a
recordação. Para quem foi, nunca esquecer.
Setlist EAT THE TURBUCKLE:
Fans Bring Weapons
Suplex City
Good To Be The Champ
Death From Above
Card Subject To
Carnage
Carnage
Falls Count
Everywhere
Everywhere
Get The Tables
Make You Humble
Pipers Pit
Ladders, Tables,
Chairs.
Chairs.
Subimos até ao campismo para jantar e após esse voltámos para
ver Aggrenation, a banda sueca de metal e metal punk que segundo o Spotify é
ouvida na Suécia, onde tem as suas raízes, e logo a seguir em Portugal , fez os
meus ouvidos começar a perceber a sonoridade metal doutra forma, a começar a
apreciar de uma outra maneira. O festival Milhões de Festa consegue isso, vamos
a um concerto que não temos ideia de que género seja e podemos sair na mesma ou
muito surpreendidos. Foi caso para isso. Aguardamos retorno da banda talvez na
capital num espaço que os dignifica ou mesmo no Porto.
ver Aggrenation, a banda sueca de metal e metal punk que segundo o Spotify é
ouvida na Suécia, onde tem as suas raízes, e logo a seguir em Portugal , fez os
meus ouvidos começar a perceber a sonoridade metal doutra forma, a começar a
apreciar de uma outra maneira. O festival Milhões de Festa consegue isso, vamos
a um concerto que não temos ideia de que género seja e podemos sair na mesma ou
muito surpreendidos. Foi caso para isso. Aguardamos retorno da banda talvez na
capital num espaço que os dignifica ou mesmo no Porto.
A madrugada chegava e com ela chega Jibóia com o seu
companheiro Ricardo Martins, uma autêntica serpente na bateria apesar do seu
físico possante. O Palco Taina tornava-se agora um bazar marroquino misturado
com uma pista de dança, os corpos ondulavam, os olhos fechavam-se para sentir a
música. Foi uma bonita festa, estava tudo contente, a musica de Jibóia ajudava
a um final de noite quente com o vinho servido no Taina a acompanhar. E sim,
fiquei com um daqueles copos de barro.
companheiro Ricardo Martins, uma autêntica serpente na bateria apesar do seu
físico possante. O Palco Taina tornava-se agora um bazar marroquino misturado
com uma pista de dança, os corpos ondulavam, os olhos fechavam-se para sentir a
música. Foi uma bonita festa, estava tudo contente, a musica de Jibóia ajudava
a um final de noite quente com o vinho servido no Taina a acompanhar. E sim,
fiquei com um daqueles copos de barro.
Assim acabou a nossa noite de música. Subimos mais uma vez
para o campismo, onde começavam os “afters” e aí ficámos, a ouvir música e a
conversar com aquele “calorzinho” agradável de julho e bem melhor que o calor do
sul.
para o campismo, onde começavam os “afters” e aí ficámos, a ouvir música e a
conversar com aquele “calorzinho” agradável de julho e bem melhor que o calor do
sul.
Dia 1
O segundo dia começava como acabara a madrugada. Quente. O
sol não nos deixava estar e a ressaca do dia anterior demorava a passar. Apressámo-nos
para ir ter à piscina mas ainda torrámos mais um pouco. Passavam malhas de Sun
Araw, que viria a tocar no dia a seguir, entre outras mais.
Vimos Surma a entrar e começámos a pensar que já não haveria
de faltar assim tanto para irmos dar tudo para a piscina. Milhões de esperas ao
calor. Às 14h00 lá entrámos, estendemos a toalha e esperámos
mais uma vez só que a refrescar-nos bebendo uns finos ou mesmo a RedBull que
nunca nos deixou durante os dias de festival. Lá para as 15h00 subiu ao palco a primeira da tarde,
Surma, que nos presenteou com músicas próprias para quem estava a dar uns
mergulhos ou umas braçadas na piscina. Músicas frescas, sem grandes alaridos.
de faltar assim tanto para irmos dar tudo para a piscina. Milhões de esperas ao
calor. Às 14h00 lá entrámos, estendemos a toalha e esperámos
mais uma vez só que a refrescar-nos bebendo uns finos ou mesmo a RedBull que
nunca nos deixou durante os dias de festival. Lá para as 15h00 subiu ao palco a primeira da tarde,
Surma, que nos presenteou com músicas próprias para quem estava a dar uns
mergulhos ou umas braçadas na piscina. Músicas frescas, sem grandes alaridos.
A apontar, do alinhamento do concerto, a música a qual toda a gente se
manifestou, talvez por ser a mais conhecida, “Masaai”. Surma mostrou que mais uma vez é um nome a ter debaixo de
olho, abriu a piscina do Milhões de Festa e deu outro grande show no Festival
Super Bock Super Rock.
manifestou, talvez por ser a mais conhecida, “Masaai”. Surma mostrou que mais uma vez é um nome a ter debaixo de
olho, abriu a piscina do Milhões de Festa e deu outro grande show no Festival
Super Bock Super Rock.
Setlist SURMA:
Intro
Calma
How am I?
Maasai
Wanna Be Basquiat
Agnes Obel
Nova
Lo-fi
Este dia fica marcado por ser o dia em que a “nave” do
Milhões de Festa faz os seus primeiros reconhecimentos de território, um dia
marcado por muita música a recordar tribos, muita música ambient, muita cumbia.
Milhões de Festa faz os seus primeiros reconhecimentos de território, um dia
marcado por muita música a recordar tribos, muita música ambient, muita cumbia.
Seguiram-se os Wume, o duo de Baltimore, patrícios de Dan
Deacon, agarraram no público e fizeram tudo acontecer, a piscina entra em
delírio, há bolas insufláveis pelo ar. Um mosh, como muitos diziam, estava a
acontecer na piscina. Wume conseguiram ser a banda que, a seguir a Nicola Cruz,
teve melhor atuação do dia, na piscina. Estavam sincronizados, sintonizados com o público que
dançava, aplaudia e pedia por mais. Do início ao fim os sons esquizofrénicos do
krautrock como o de CAN sobressaía. De realçar a energia da baterista da banda, April Camlin, mais
uma baterista incansável neste festival.
Deacon, agarraram no público e fizeram tudo acontecer, a piscina entra em
delírio, há bolas insufláveis pelo ar. Um mosh, como muitos diziam, estava a
acontecer na piscina. Wume conseguiram ser a banda que, a seguir a Nicola Cruz,
teve melhor atuação do dia, na piscina. Estavam sincronizados, sintonizados com o público que
dançava, aplaudia e pedia por mais. Do início ao fim os sons esquizofrénicos do
krautrock como o de CAN sobressaía. De realçar a energia da baterista da banda, April Camlin, mais
uma baterista incansável neste festival.
Chega então o momento da tarde, lá para as 17h00, aparece em palco a melhor atuação do primeiro dia de piscina: o incontornável
Nicola Cruz.
Nicola Cruz.
Estive, um pouco antes do concerto, a conversar com ele sobre
festivais, o seu repertório e muito mais coisas, enquanto nos
refrescávamos com Red Bull. Um artista pacato porém simpático e sempre pronto a
soltar uma gargalhada; disse-me que ia ser tudo muito parecido ao Sonar.
Supreendeu-me, dado que a sua atuação no festival Sonar foi das melhores atuações
que assisti por parte dele e, se o dizia, era porque o seu concerto iria ser uma
parafernália de emoções para o público que assistia. Lá entrou. E matou tudo. De olhos fechados parecia que éramos só nós e Nicola. ele
tocava para nós, uma viagem alucinante aos Andes com os pés bem assentes no
chão mas o corpo sempre a mexer, era impossível ficar parado ao som de algo tão
bom, tão bonito. Ninguém queria saber se estava a pisar o parceiro, estava
toda a gente inebriada pela cumbia de Nicola Cruz.
festivais, o seu repertório e muito mais coisas, enquanto nos
refrescávamos com Red Bull. Um artista pacato porém simpático e sempre pronto a
soltar uma gargalhada; disse-me que ia ser tudo muito parecido ao Sonar.
Supreendeu-me, dado que a sua atuação no festival Sonar foi das melhores atuações
que assisti por parte dele e, se o dizia, era porque o seu concerto iria ser uma
parafernália de emoções para o público que assistia. Lá entrou. E matou tudo. De olhos fechados parecia que éramos só nós e Nicola. ele
tocava para nós, uma viagem alucinante aos Andes com os pés bem assentes no
chão mas o corpo sempre a mexer, era impossível ficar parado ao som de algo tão
bom, tão bonito. Ninguém queria saber se estava a pisar o parceiro, estava
toda a gente inebriada pela cumbia de Nicola Cruz.
Tocou malhas do seu recente trabalho, Prender El Alma, nas
quais se destacaram “La Cosecha” e “Sanácion” que talvez foi o ponto alto da tarde
onde a dança coincidia com mergulhos para a piscina. Fazia-se sentir a temperatura. Estive um bocado dentro de
água a sentir o concerto e fazia sentido, música mais piscina dá algo fresco,
algo que não consigo explicar porque na altura do concerto também já estava
bastante tocado. E assim foi sempre, Nicola Cruz puxou o público pelos
colarinhos, batiam-se palmas e o concerto chegava ao fim. Pareceu pouco na
verdade, toda a gente pediu mais uma ao artista mas este tinha horários a
cumprir e ficou de mãos atadas. Para uma próxima, Nico, para uma próxima
dás-nos um concerto o resto da tarde e vens dar uns mergulhos connosco. Desta
vez pago eu a cerveja.
quais se destacaram “La Cosecha” e “Sanácion” que talvez foi o ponto alto da tarde
onde a dança coincidia com mergulhos para a piscina. Fazia-se sentir a temperatura. Estive um bocado dentro de
água a sentir o concerto e fazia sentido, música mais piscina dá algo fresco,
algo que não consigo explicar porque na altura do concerto também já estava
bastante tocado. E assim foi sempre, Nicola Cruz puxou o público pelos
colarinhos, batiam-se palmas e o concerto chegava ao fim. Pareceu pouco na
verdade, toda a gente pediu mais uma ao artista mas este tinha horários a
cumprir e ficou de mãos atadas. Para uma próxima, Nico, para uma próxima
dás-nos um concerto o resto da tarde e vens dar uns mergulhos connosco. Desta
vez pago eu a cerveja.
Depois de uma sova de dança, mergulhos, chinfrim na água e
tudo mais seguia-se Nan Kolé, o qual vimos pouco e ao longe. Fomos despachar-nos, comer, tomar banho e aquecer para uma
noite que ia ser memorável, íamos ter GOAT, íamos ter Sons of Kemet, no palco
principal, e ainda íamos ter a oportunidade de ver o grande bicho, The Bug com
Miss Red no Palco Lovers. O nosso aquecimento era simples: beber e dançar ao som
daquele “techno” tasqueiro. No acampamento a festa fazia-se assim, as risadas
eram fortes, todos na mesma “vibe”.
tudo mais seguia-se Nan Kolé, o qual vimos pouco e ao longe. Fomos despachar-nos, comer, tomar banho e aquecer para uma
noite que ia ser memorável, íamos ter GOAT, íamos ter Sons of Kemet, no palco
principal, e ainda íamos ter a oportunidade de ver o grande bicho, The Bug com
Miss Red no Palco Lovers. O nosso aquecimento era simples: beber e dançar ao som
daquele “techno” tasqueiro. No acampamento a festa fazia-se assim, as risadas
eram fortes, todos na mesma “vibe”.
Já bem quentes, bem jantados partimos à descoberto para o Palco Lovers, um palco que na primeira instância parece nem existir devido à
pouca iluminação que o incide. No entanto esta iluminação ténue, acabaria por reproduzir naquele palco um ambiente mais dark, todo um conceito a ter em conta. Às 22h00 os Goth Money entram em palco. Apressados, entram com tudo, fortes apesar da jovem idade na
indústria musical, mostram ao público para o que vêm. Mostram o bom trap que se
faz, pedem ajuda para acompanhar, fazem a festa. Agora mais descontraídos e com mais calor passam “Gucci Ranks”
e “Hurry Up“ às quais o público acompanha com um ávido movimento de braços típico
de concerto rap. Face ao que se viu, foi um bom concerto, com algumas falhas, mas com consistência. Dois jovens no mundo do trap que já dão cartas pode não parecer novidade, mas
conseguirem chegar a Portugal é novidade. Milhões de Festa também é trap, rap e grime como vamos ter
oportunidade de observar mais adiante. Este ano houve uma aposta forte nestes
géneros assim como nos que são costume fazer parte dos pilares do festival.
pouca iluminação que o incide. No entanto esta iluminação ténue, acabaria por reproduzir naquele palco um ambiente mais dark, todo um conceito a ter em conta. Às 22h00 os Goth Money entram em palco. Apressados, entram com tudo, fortes apesar da jovem idade na
indústria musical, mostram ao público para o que vêm. Mostram o bom trap que se
faz, pedem ajuda para acompanhar, fazem a festa. Agora mais descontraídos e com mais calor passam “Gucci Ranks”
e “Hurry Up“ às quais o público acompanha com um ávido movimento de braços típico
de concerto rap. Face ao que se viu, foi um bom concerto, com algumas falhas, mas com consistência. Dois jovens no mundo do trap que já dão cartas pode não parecer novidade, mas
conseguirem chegar a Portugal é novidade. Milhões de Festa também é trap, rap e grime como vamos ter
oportunidade de observar mais adiante. Este ano houve uma aposta forte nestes
géneros assim como nos que são costume fazer parte dos pilares do festival.
O concerto ia a meio e só existia um pensamento: Sons of Kemet. Apressámo-nos e seguimos até ao Palco Milhões, esperámos,
expectámos, já tínhamos visto Shabaka Hutchings pela piscina, isto é um ponto incrível,
conseguimos conviver de perto com os artistas, trocar umas palavras com eles
como tive a oportunidade inúmeras vezes nos quatro dias do que foi o meu
primeiro mas não último Milhões de Festa.
expectámos, já tínhamos visto Shabaka Hutchings pela piscina, isto é um ponto incrível,
conseguimos conviver de perto com os artistas, trocar umas palavras com eles
como tive a oportunidade inúmeras vezes nos quatro dias do que foi o meu
primeiro mas não último Milhões de Festa.
A hora batia certo, a banda ainda demorou a entrar. Eram 22
e “picos” quando entram e começaram com tudo. Um bombardino potente, dois
bateristas de categoria, relaxados como se a bateria fosse parte do seu corpo
fazem tudo e todos ondular, dançar, fazer o “comboio” por entre a multidão. Existe alegria e amor no ar, um “molho” bastante agradável, cria-se
ali um ambiente de dança imparável que só acabou quando o concerto terminou. A banda não acreditava no que via, mostrava-se surpreendida a
tal recepção.
e “picos” quando entram e começaram com tudo. Um bombardino potente, dois
bateristas de categoria, relaxados como se a bateria fosse parte do seu corpo
fazem tudo e todos ondular, dançar, fazer o “comboio” por entre a multidão. Existe alegria e amor no ar, um “molho” bastante agradável, cria-se
ali um ambiente de dança imparável que só acabou quando o concerto terminou. A banda não acreditava no que via, mostrava-se surpreendida a
tal recepção.
Tocava agora Inner Babylon, a mais esperada. Dava outra vez
tudo certo dentro de nós milionários, dançávamos, pulávamos, fazíamos levantar
poeira (não me processes, Ivete).
tudo certo dentro de nós milionários, dançávamos, pulávamos, fazíamos levantar
poeira (não me processes, Ivete).
O público português é o melhor? Talvez sim. E porquê? Por
momentos destes em que existe harmonia entre a banda e quem vê actuar, quem
dança, quem grita por “mais uma”, quem bate palma ao ritmo da bateria, da tuba,
do bombardino imparável desta banda que fez um dos concertos desta edição do
Milhões. Incríveis de início ao fim, acabámos a suar e, não havendo piscina, única solução era beber água e essa também era pouca. Decidimos encostar
à “box”, um pouco, e ainda tivemos oportunidade de saber como era Marshtepper+HHY+Varg,
um atrofio por completo, algo absurdo, o Palco Lovers parecia ainda mais
escuro, um espetáculo com presença de inúmeros materiais que faziam sons de
arrepiar qualquer ouvido. Ambiente impróprio para cardíacos. Foi sempre essa a atmosfera. O Palco Lovers deu sempre a
estalada e o Palco Milhões acalmava-nos.
momentos destes em que existe harmonia entre a banda e quem vê actuar, quem
dança, quem grita por “mais uma”, quem bate palma ao ritmo da bateria, da tuba,
do bombardino imparável desta banda que fez um dos concertos desta edição do
Milhões. Incríveis de início ao fim, acabámos a suar e, não havendo piscina, única solução era beber água e essa também era pouca. Decidimos encostar
à “box”, um pouco, e ainda tivemos oportunidade de saber como era Marshtepper+HHY+Varg,
um atrofio por completo, algo absurdo, o Palco Lovers parecia ainda mais
escuro, um espetáculo com presença de inúmeros materiais que faziam sons de
arrepiar qualquer ouvido. Ambiente impróprio para cardíacos. Foi sempre essa a atmosfera. O Palco Lovers deu sempre a
estalada e o Palco Milhões acalmava-nos.
Era essa a calma que pretendíamos mas era impossível,
nervosos por GOAT, a banda da noite directamente de terras frias suecas conduziu
a nave do Milhões desde o ponto onde Sons of Kemet nos deixaram. Uma África
perdida de tribos e antigas tradições. Eram cerca de 01h25 quando os GOAT entraram, ninguém podia
acreditar, apertávamo-nos para ver o fenómeno a pegar na nave e levar-nos onde
queriam. E palavras para quê? Melhor concerto para mim, de toda uma
vida, ainda curta mas bem regada de concertos.
nervosos por GOAT, a banda da noite directamente de terras frias suecas conduziu
a nave do Milhões desde o ponto onde Sons of Kemet nos deixaram. Uma África
perdida de tribos e antigas tradições. Eram cerca de 01h25 quando os GOAT entraram, ninguém podia
acreditar, apertávamo-nos para ver o fenómeno a pegar na nave e levar-nos onde
queriam. E palavras para quê? Melhor concerto para mim, de toda uma
vida, ainda curta mas bem regada de concertos.
Imparáveis de início ao fim, mostraram-nos as malhas novas,
as malhas velhas mas sempre boas e os passos de dança.Levaram-nos onde queriam, tinham-nos como reféns da sua música,
da sua dança que fazia os corpos transcender. A meio do concerto dei por mim a observar cada instrumento e
pensar o porquê de ouvir mais instrumentos do que os presentes. É esse o poder
dos GOAT, o poder de levar cada um ao extremo, de fazer qualquer um colar num
som, perder-se nele e do nada pensar estar a ouvir um sintetizador quando
existe apenas um guitarrista de máscara na face. “Let It Bleed”, “Run to Your Mama”, “Talk To God”. Se fosse para
enumerar todas e dizer qual a melhor da noite era impossível. Um concerto bom
sempre, coerente, consistente.
as malhas velhas mas sempre boas e os passos de dança.Levaram-nos onde queriam, tinham-nos como reféns da sua música,
da sua dança que fazia os corpos transcender. A meio do concerto dei por mim a observar cada instrumento e
pensar o porquê de ouvir mais instrumentos do que os presentes. É esse o poder
dos GOAT, o poder de levar cada um ao extremo, de fazer qualquer um colar num
som, perder-se nele e do nada pensar estar a ouvir um sintetizador quando
existe apenas um guitarrista de máscara na face. “Let It Bleed”, “Run to Your Mama”, “Talk To God”. Se fosse para
enumerar todas e dizer qual a melhor da noite era impossível. Um concerto bom
sempre, coerente, consistente.
Tivemos show de dança tribal bem perto, descem do palco para
vir até ao fosso mostrar como se faz, aí colei e só pedia mais daquilo. Para
sempre GOAT a tocar. Viam-se pessoas no crowd, pessoas a sentir de olhos fechados
com sorrisos largos, gritos de alegria a cada música que passava, a cada acorde
forte o corpo sentia, arrepiava-se e dançava. Ninguém queria acreditar que o concerto ia acabar. Pede-se
encore. Pede-se “mais uma”, “one more”.
vir até ao fosso mostrar como se faz, aí colei e só pedia mais daquilo. Para
sempre GOAT a tocar. Viam-se pessoas no crowd, pessoas a sentir de olhos fechados
com sorrisos largos, gritos de alegria a cada música que passava, a cada acorde
forte o corpo sentia, arrepiava-se e dançava. Ninguém queria acreditar que o concerto ia acabar. Pede-se
encore. Pede-se “mais uma”, “one more”.
E regressam ao palco momentos depois. A espera foi longa, mas
voltaram. A nave parecia parada mas nunca isso aconteceu. O que realmente interessa é a “Golden Dawn” no encore. Isso é
o que interessa do fecho do palco Milhões no dia 22. Estoirado. Olhava para os meus amigos com uma cara de
satisfação que nunca tinha tido, tive o concerto da minha vida, ali, naquela
terra no Minho perdida mas não esquecida.
voltaram. A nave parecia parada mas nunca isso aconteceu. O que realmente interessa é a “Golden Dawn” no encore. Isso é
o que interessa do fecho do palco Milhões no dia 22. Estoirado. Olhava para os meus amigos com uma cara de
satisfação que nunca tinha tido, tive o concerto da minha vida, ali, naquela
terra no Minho perdida mas não esquecida.
Fomos de novo ao Palco Lovers para aquele que iria
ser o nosso último concerto da noite.
O mestre The Bug, que tínhamos encontrado no dia do Palco
Taina, deitado nas grades, subiu ao palco naquela noite. E partiu tudo.
Miss Red, és linda. Quem me dera ter dançado contigo. The Bug, quando quiseres Portugal é a tua casa, nós queremos-te cá sempre, apesar das circunstâncias.
Taina, deitado nas grades, subiu ao palco naquela noite. E partiu tudo.
Miss Red, és linda. Quem me dera ter dançado contigo. The Bug, quando quiseres Portugal é a tua casa, nós queremos-te cá sempre, apesar das circunstâncias.
Foi The Bug, foi outro concertão da noite. Nunca dancei
tanto na vida como naquela hora e meia. After antecipado, a luz batia nas caras
mas a escuridão reinava no Lovers, a bebida aquecia ainda mais os presentes e
os passos de dança de Miss Red fizeram-nos delirar.
tanto na vida como naquela hora e meia. After antecipado, a luz batia nas caras
mas a escuridão reinava no Lovers, a bebida aquecia ainda mais os presentes e
os passos de dança de Miss Red fizeram-nos delirar.
E do nada surge outro “brit” que iria dar que falar no
festival, GAIKA. Cantou malhas, foi imparável ao lado de Miss Red e não deixou
ninguém ir abaixo. Fricção,
agressividade, combustão. Tudo numa noite no palco Lovers. Voltem. Assinem contrato com o festival. Mais disto.
festival, GAIKA. Cantou malhas, foi imparável ao lado de Miss Red e não deixou
ninguém ir abaixo. Fricção,
agressividade, combustão. Tudo numa noite no palco Lovers. Voltem. Assinem contrato com o festival. Mais disto.
Quando acabou o concerto estava a tremer, estava incrédulo,
uma pancada de dub forte misturado com grime e ambient. Tudo encaixado dá: The
Bug. Fomos para o campismo derrotados, zonzos e sem forças para SHERYL
que se diz ter sido um concerto cheio de glitter e alegria.
uma pancada de dub forte misturado com grime e ambient. Tudo encaixado dá: The
Bug. Fomos para o campismo derrotados, zonzos e sem forças para SHERYL
que se diz ter sido um concerto cheio de glitter e alegria.
Texto: Duarte Fortuna
Fotografia: Sofia Ribeiro