Reportagem: Reverence Valada – 10 de setembro

Reportagem: Reverence Valada – 10 de setembro

| Setembro 22, 2016 5:27 pm

Reportagem: Reverence Valada – 10 de setembro

| Setembro 22, 2016 5:27 pm

O terceiro dia do Reverence Valada marcou uma grande diferença no ambiente do festival. Era clara a mudança no guarda roupa quando observávamos as dezenas de fãs de The Damned e Sisters of Mercy, ora com trajes mais requintados de estilo gótico ou o típico fã de punk com cristas enormes.


O último dia ficou marcado pela desorganização causada pelo cancelamento do concerto de Killing Joke, o que levou a que bastantes concertos tivessem que trocar de palco e horário sem aviso prévio. Apesar da quantidade de bandas incríveis ter diminuído havia ainda muitos concertos para assistir.



The Cult of Dom Keller

O primeiro concerto que vi deste último dia foi também um dos melhores da edição. Com um ensurdecedor baixo e uns sintetizadores completamente tripados, estes homens de Nothingham deram um dos melhores concertos de stoner do festival.

A setlist centrou-se essencialmente no novo álbum Goodbye to the Light mas houve também espaço para musicas mais antigas como “Swamp Heron”, do álbum homónimo da banda. O único problema deste concerto foi sem duvida a hora a que foi realizado (durante a tarde), ganhando muito mais impacto se fosse durante a noite.



Névoa

Apenas tive tempo de ver a segunda metade do concerto de Névoa mas foi o suficiente para apreciar o black metal desta banda do Porto. Mais uma vez, uma banda que perdeu muito devido ao horário a que foi sujeita (nunca pensei ver um concerto de black metal ao pôr do sol) mas no entanto deixaram tudo em palco.

Névoa foi protagonista do momento mais “metal” do festival. Durante a última música o vocalista teve que abandonar o palco e quando regressou vinha com a cara cheia de sangue, devido a um derrame do nariz, o que lhe deu ainda mais poder para lançar os últimos vocais guturais.




The Quartet of Woah!

Mais uma vez só consegui apanhar o final do concerto desta banda portuguesa mas do que vi, posso dizer que foi bastante memorável. O blues e o space rock misturam-se numa agradável sonoridade que tanto dá para dançar como para o headbang. Apesar do pouco tempo que os vi ainda foi possível ouvir uns bons solos de guitarra e umas músicas novas.



Mécanosphère

O grande Adolfo Luxúria Canibal voltou a fazer das suas e trouxe consigo uns amigos franceses para dar um concerto inesquecível. Apesar do instrumental todo virado para o rock industrial não ser bem a minha cena é sempre um prazer ouvir a poesia mórbida de Adolfo. Um dos mais interessantes concertos do último dia, não só pela música mas mais pelo espetáculo em si.



The Damned e Sisters of Mercy

Ok, eu vou admitir, não vi mais de 10 minutos de nenhum dos concertos. Não sou fã de Sisters of Mercy e The Damned gosto dos primeiros álbuns mais virados para o punk.

Não estava a gostar de The Damned, o som estava muito bonitinho e as musicas pareciam todas glam metal dos anos 80. Abandonei o concerto e fui experimentar a oferta gastronómica que existia dentro do recinto do festival. Deu ainda para ouvir a cover dos Love, “Alone Again Or”, que foi dos poucos momentos que gostei do concerto. Ao longe ainda ouvi algumas faixas de Damned Damned Damned mas eles já tinham perdido um fã.


Mais tarde fui ver Sisters of Mercy, algo que durou para mim ainda menos tempo que o concerto dos The Damned. Fugi do palco Rio e decidi ir descansar pois ainda havia mais concertos.



Radar Men From the Moon

Ainda a lamentar-me por ter perdido With the Dead fui ver Radar Men From the Moon e deu para esquecer (durante pouco tempo) a minha mágoa. O concerto mais depressa parecia uma sessão de transe electrónico do que de space rock (o que eu estava à espera de ouvir). Foi uma hora bem passada que serviu para libertar as energias negativas por ter perdido uma das bandas que mais queria ver.




Mars Red Sky

Desta vez esqueci-me mesmo o porquê de estar chateado. Mars Red Sky deu um concerto incrível e um dos melhores desta edição. Com um instrumental proporcionalmente melódico e pesado, foi uma hora de stoner rock único e memorável.

Apesar de todo o set ter sido bastante bom, não existem palavras para descrever os sentimentos de quando estes começaram a tocar as primeiras notas de “Strong Reflection”. Sem dúvida o momento alto do concerto.




Summer of Hate

Foi com curiosidade que me dirigi ao palco Sontronics para assistir ao último concerto do festival. Seguiu-se uma sessão intensa de post-rock e shoegaze que durou das 4h30 até às 6 da manha.

Sendo uma escolha curiosa, visto não ser um nome muito conhecido, foi um concerto que quem aguentou até ao fim certamente saiu satisfeito.Depois desta agradável surpresa retirei-me para o campismo com apenas uma coisa em mente.

Como é que vai ser o Reverence Valada 2017?


Dia 3 @ Reverence Valada 2016



Texto: Hugo Geada
Fotografia: Filipa Casas
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