Reportagem: Covenant [Hard Club – Porto]

| Dezembro 27, 2016 8:20 pm
Falar dos Covenant é falar de uma banda com quase 30 anos de carreira. Uma banda que surgiu na génese do movimento electronic body music (vulgo EBM) e que contribuiu para a maturação da synthpop. Uma banda cuja primeira faixa que lançou se assume como uma homenagem ao Blade Runner e que, desde então, editou perto de uma centena de faixas, um período criativo que perdura até aos dias de hoje apesar da saída do seu membro fundador Clas Nachmanson em 2007. E passados 6 anos depois da última visita dos Covenant a Portugal, a MIMO decidiu, este natal, presentear-nos com o seu regresso. O encontro deu-se no passado dia 18, no Hard Club, com os Hot Pink Abuse a fazerem o aquecimento do público.



Quando os Covenant finalmente subiram a palco, encontravam-se desfalcados de um dos seus membros — Joakim Montelius faltou à chamada do ansioso público por motivos que até à data permanecem por divulgar. Porém, os remanescentes membros da banda fizeram questão que tal falta que não se fizesse sentir. E assim foi. Eskil Simonsson e os seus dotes vocais permanecem inalterados pela passagem do tempo, e, entre saltos, deambulações e outras peripécias, evidenciou ainda uma excelente forma física. Claramente a idade não afectou Eskil, apesar de nessa noite ter somado mais um ano ao seu bilhete de identidade — aparentemente o seu aniversário é no dia 18 de dezembro. Porém, roubou-lhe o cabelo. A ele e a Daniel Myer, o outro membro dos Covenant em palco, este mais concentrado na sintetização do corpo rítmico da música. Durante duas horas, ouviu-se uma selecção de temas do repertório passado dos Covenant, bem como temas do seu mais recente disco, o qual deu a mote à tour — “The Blinding Dark Tour” — a qual terminou, aliás, no Porto. 



A performance foi brilhante, sendo que o único defeito a apontar foi não ter havido dois encores, como aconteceu em muitos outros concertos que os Covenant deram por essa Europa fora. O público compreendeu o sucedido, apesar de algum desânimo (numa banda com um repertório de perto de uma centena, é certo que alguém vai sair de lá sem ouvir “aquela” música). Mas num ano tão negro como este em que muitos dos Grandes d’esta Vida desapareceram — ninguém contava com o (irónico) desaparecimento de George Michael no dia de natal — eu aprendi a apreciar as coisas de maneira diferente. Nunca se sabe quando o nosso artista favorito, o nosso boxeur favorito, a nossa pessoa favorita no mundo inteiro nos deixa, sem termos oportunidade de passarmos mais uma tarde, mais um minuto ou um segundo que seja a sorver da sua vitalidade. Obrigado à MIMO por nos continuar a proporcionar momentos únicos como este e a vós, leitores, por partilharem este espaço-tempo connosco. 



E é assim, em jeito de balanço,  que eu encerro a minha conta por este ano. A minha e a da MIMO. Porém, eles voltam já em janeiro, com a passagem por Portugal dos Principe Valiente.

Tenham um bom ano. 

Covenant + Hot Pink Abuse @ Hard Club

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