Reportagem: Motorama + A Dead Forest Index [Hard Club, Porto]
Reportagem: Motorama + A Dead Forest Index [Hard Club, Porto]
Reportagem: Motorama + A Dead Forest Index [Hard Club, Porto]
No passado sábado, 18 de março, voltámos ao Hard Club, Porto, desta feita para assistir ao regresso dos russos Motorama e dos neo-zelandeses A Dead Forest Index. Ambas as bandas passaram em 2015 pelo Entremuralhas, tendo a primeira marcado ainda presença em 2016 no Paredes de Coura. Com as portas a abrirem por volta das 21h30 e com uma sala que se avizinhava cheia, os concertos tiveram início às 22h10 com a dupla A Dead Forest Index a subir a palco para tocar um total de nove canções.
Já a prepararem novo álbum, os neo-zelandeses trouxeram até ao Palco 2 do Hard Club algumas das músicas já conhecidas do seu disco de estreia, In All That Drifts from Summit Down, mas ainda contemplaram o público com novos temas nomeadamente “I’m set Free”, “Where The Pitch Changes”, um tema ainda sem nome e ainda “Ballad Dust”, que serviu de encerramento a este primeiro concerto da noite. Os A Dead Forest Index foram pouco comunicativos com o público mas, quando o fizeram, souberam ser uns fofos e conseguiram nutrir no público uma empatia contagiante.
Apesar de ser um concerto dividido entre os temas já conhecidos deste In All That Drifts from Summit Down (ouviu-se “Tide Walks”, “No Paths” e “Myth Retraced”) e os temas de um novo segundo disco de estúdio – que se apresentaram maioritariamente despidos de apetrechos musicais, inclusivé com pouco recurso à percussão – o público soube ouvir e aplaudir o resultado desta performance da dupla, que regressava pela segunda vez ao Porto. Na setlist ficou a faltar “Cast of Lines”.
Agendado para as 23h15 o concerto dos Motorama só teve início pelas 23h30 e apenas com três músicos em palco, dos quatro, que atualmente completam a banda russa. No concerto de regresso a palcos nacionais, a banda atuava para uma casa cheia e ansiosa para ouvir essencialmente os grandes temas de carreira.
Com Dialogues na bagagem o concerto dos Motorama abre com “I See You” e com os três músicos em palco muito focados na performance e muito pouco responsivos na comunicação. Um dos problemas inicialmente notado foi o facto do sintetizador estar pouco amplificado comparativamente ao som da guitarra, o que ofuscou excertos de algumas músicas deste novo álbum, onde a presença do sintetizador é determinante. Acrescido a isto, e pelo facto de só estarem três músicos em palco, a banda teve de recorrer a sons previamente gravados, o que retirou a magia ao resultado final.
Na memória, e como singles que mexeram com o público ficam marcados “Rose In The Vase”, “Heavy Wave”, “One Moment”, “Wind In Her Hair” e o grandioso “Alps”. Já relativamente ao concerto fica principalmente registada a troca constante de baixo e bateria entre o vocalista Vladislav Parshin e Maxim Polivanov.
Concerto acabado e ouve-se o público a suplicar, incansável, para um encore que não chegou a acontecer.
Em suma, e no campo da opinião pessoal, creio que para quem viu ambas as bandas no Entremuralhas, em 2015, os dois concertos tiveram um impacto mais significativo em Leiria do que no Porto. A atmosfera da Igreja da Pena deu uma singularidade inexplicável ao concerto dos A Dead Forest Index, que viriam ali a ganhar uma projeção e posicionamento definido nos campos do folk experimental. Já os Motorama, que sofreram algumas alterações recentes no lineup, ao vivo pecaram pela sua falta de comunicação com o público e pela performance muito automatizada. Foi uma noite bonita mas não suficiente para se assinalarem aqui mais dois concertos do ano.
O álbum completo de fotografias, abaixo:
A Dead Forest Index Setlist:
1. Improv piece
2. Tide walks
3. No paths
4. New untitled
5. Where the pitch changes
6. A new layer
7. I’m set free
8. Myth retraced
9. Ballad dust