Reportagem: Slowdive + Dead Sea [Hard Club, Porto]
Reportagem: Slowdive + Dead Sea [Hard Club, Porto]
Reportagem: Slowdive + Dead Sea [Hard Club, Porto]
Os Dead Sea são fãs da nova escola e o resultado da sua atuação é plausível sob os mais diversos pontos de vista, contudo, souberam manter um concerto eficiente que, embora começasse de uma forma dúbia acabou por ser uma boa experiência para a maioria dos que assistiram. De um total de oito canções apresentadas, os Dead Sea criaram uma coerente evolução sonora entre os primeiros temas e aqueles que encerraram o concerto – o que foi sentido nos aplausos que se foram ouvindo cada vez mais alto – e, além da vocalista que dançou sem parar, a última música, “Know Where”, fez ainda soltar alguns passos de dança entre os mais desinibidos.
Ainda não eram 21h00, mas os Slowdive já tinham a sala quente para os acolher. Com o relógio a marcar as 21h20, o momento tão aguardado da noite finalmente começa: ouvem-se os primeiros gritos e aplausos e vimos os lendários Slowdive entrar em palco. Tudo neles nos parece um sonho, desde a música que produzem à sua performance em palco, contudo aqui, bastou ouvirem-se os primeiros acordes de “Slomo” para termos uma multidão hipnotizada pela nostalgia e o amor que os Slowdive nos fazem sentir. Acompanhada por Flo, o seu flamingo cor-de-rosa, no teclado, Rachel prendeu logo os primeiros olhares dos espectadores assim que a sua voz melancólica se fez ouvir no Hard Club. “Thank you Porto, how are you?”, disse Rachel findada a primeira música.
Entretanto começam a ouvir-se os primeiros acordes de “Crazy For You” e a sensação que temos é que aqueles velhos amigos de há duas décadas atrás não envelheceram e que estamos ali a testemunhar um momento histórico. O som continua poderoso e Rachel vai dançando e encantando. Foi magnífico e o resultado surtiu nos aplausos que se fizeram sentir logo um pouco antes da música acabar, depois então, foi a sala 1 do Hard Club toda em êxtase e aos gritos de contentamento. Aqueles eram os Slowdive que acompanharam a banda sonora de muitos na adolescência, a banda de uma vida, eventualmente. Ouviram-se “Star Roving” e “Avalyn”, sentiu-se um calor infernal e depois “Catch the Breeze” enquanto o ar condicionado se fazia sentir.
“Souvlaki Space Station” fez iniciar um novo capítulo no concerto, que se ia rapidamente aproximando do fim, mas foi em “When The Sun Hits” que houve uma maior participação do público. Um dos grandes temas de carreira da banda britânica e definitivamente o mais aplaudido da noite, durante e pós performance. “Thank You” disse Rachel e partiram para “Alison”, tema também muito acarinhado, do lado do público.
Para finalizar o espetáculo os Slowdive escolheram apresentar a sua versão de “Golden Hair”, tema original de Syd Barrett, que fez escurecer o palco – para a projeção de uma imagem do artista – e encantou todos os presentes em sala. A performance vocal de Rachel foi tão poderosa e envolvente que, apesar dos pequenos dois minutos de duração, fez muitos afirmarem ser melhor que a versão original. Rachel saiu de palco assim que acabou de interpretar a letra da canção, deixando Nick Chaplin, Neil Halstead, Christian Savill e Simon Scott no controlo, até à despedida.
Depois de terem abandonado o palco, os Slowdive regressaram para um encore de três canções “Don’t Know Why”, “Dagger” e para encerrar definitivamente, “40 Days” que foi antecipada por um “Thank you, you’ve been amazing”. No total, a banda britânica tocou 16 músicas num concerto de duração aproximada a 90 minutos, onde Rachel dançou imparavelmente. Belo, mágico e especial.