Reportagem: Tremor – A never ending story
Reportagem: Tremor – A never ending story
Abril 1, 2018 10:13 pm
| Reportagem: Tremor – A never ending story
Abril 1, 2018 10:13 pm
| Carlos Brum Melo © Dia 3 |
O terceiro dia na ilha começou no Ateneu Comercial de Ponta Delgada com os Sheer Mag, banda norte americana oriunda da Filadélfia. Soavam àquele dad rock e fizeram-nos voltar a ter saudades de ser criança e das longas viagens com os pais a ouvir aquelas músicas dos anos 60 e 70 como AC/DC, uma Janis Joplin mais rock, graças à voz da vocalista, de timbre arranhado. Sem medo de elevar a sua voz, domava todo o público que assistia ao concerto, entusiasmado, abanando a cabeça ou dançando, para mostrar que acompanhava a pedalada da turma de Filadélfia.
Pontos altos do concerto foram “Suffer Me”, onde se criou uma vibe muito boa entre banda e público, que dava tudo a cada acorde tocado e cada estrofe cantada. É também relevante falar de “What You Want”, “Fan on Flames”, ou mesmo “Hard Lovin”, que fez lembrar KISS num dueto com Janis Joplin, graças à sonoridade, ou mesmo a música “Jesses Girl” de Rick Springfield.
Um conjunto musical que dá cartaz e que agrada, junta o útil e que parece estar cada vez mais na berra, o dad rock, ao agradável, que será sempre a boa disposição e descontracção.
Paulo Prata © |
Seguimos mais uma noite para o mítico espaço Arco 8 para ver The Mauskoviç Dance Band, banda formada pelo baterista de Jacco Gardner, que já esteve presente em edições anteriores do Festival Tremor. Nic Mauskoviç apresentou-nos algo diferente do que estamos habituados com o seu parceiro Jacco: algo como cumbia rock, dance rock, groovy rock, muito tropical. A idumentária fazia recordar o filme El Dorado, que esta noite foi o Arco 8, espaço minado de ouro. A energia e movimentos de anca do teclista da banda fizeram com que ficasse com a alcunha de “Hips Don’t Lie”, sim, a música de Shakira.
Your Dance Insane © |
A festa foi rija e a noite prolongou-se com os êxitos de Down In The Basement como “Tuto Bay”, que fez todos delirar e suar, numa noite que aparentava ser fria e de chuva, ou a já conhecida “It’s All Mauskovic”, mais psicotropical, garantindo que a temperatura corporal se mantivesse e que o público estivesse em simbiose total com a banda, retribuíndo com gritos de “Mauskovic” cada vez que a banda chegava à estrofe indicada.
Mais um concerto e mais uma noite em que a história se prolonga e não tem fim, que vai desde o rock mais “garagero” ou mais revivalista até ao exotismo e tropicalismo. Isto é o Tremor.
Texto: Duarte Fortuna