Reportagem: The Soft Moon + Whispering Sons [Hard Club, Porto]
Reportagem: The Soft Moon + Whispering Sons [Hard Club, Porto]
Reportagem: The Soft Moon + Whispering Sons [Hard Club, Porto]
No sábado passado (13 de outubro) o Leslie que se fez sentir no Porto teve outro nome e sentiu-se bem forte entre quem marcou presença no Hard Club. Depois de terem abalado o RCA Club da capital no dia anterior os The Soft Moon estavam de subida até à Invicta, onde tocavam pela primeira vez para carimbarem mais uma noite memorável no currículo da promotora At The Rollercoaster. A abrir a noite, os belgas Whispering Sons que regressavam à capital para tocar pela terceira vez, sendo a primeira com o novo disco Image a figurar no reportório.
Sem grandes atrasos os Whispering Sons subiram a palco para começar por nos apresentar uma das grandes malhas do seu novo disco de estreia, a grandiosa “Stalemate”, tema que já se tinha feito ouvir anteriormente no Hard Club aquando a sua passagem por Portugal em maio e que, preparava o público para uma performance que iria ter como base Image, disco cujo conceito se baseia num estado imóvel, no qual as observações ofuscam as ações. A imagem reflete a artificialidade das coisas, mas ainda se apega desesperadamente aos ideais e às obsessões. É dentro desta abordagem que, de uma forma geral, o quinteto belga mostra e muito bem a sua sonoridade recheada das grandes e boas influências do post-punk contemporâneo e dos anos 80.
Ouviu-se “Got A Light”, o já lançado tema “Alone” e depois retomaram-se os trabalhos antigos com temas como “White Noise” e “Performance” a fazerem-se ouvir numa prestação bastante superior àquela que tinha ficado na memória na noite que partilharam com os Second Still. Um dos grandes destaques da noite foi o tema “Dense” que roubou a atenção do público que não os conhecia e colocou uma grande parte deste público numa dança desenfreada até ao fim. (Que malha!) Já com o concerto a aproximar-se do fim, deu ainda tempo para ouvir “Hollow”, o icónico “Wall” e encerrar performance com mais um dos temas de avanço de Image, “Waste”. A despedirem-se do público com um “thank you”, os aplausos sentidos entre o público mostraram que os Whispering Sons merecem a atenção que têm ganho entre a crítica underground nos últimos anos.
Com pico marcado para as 23h00, os ventos sonoros e as reverberações poderosas dos The Soft Moon começaram a fazer sentir-se em sala por volta das 23h17, hora em que Luis Vasquez subiu a placo acompanhado por Luigi Pianezzola (baixo e percussão) e Matteo Vallicelli (bateria e percussão). A abrir aquele que viria a ser um concerto caracterizado por uma aura essencialmente industrial com “Deeper”, os The Soft Moon começaram por logo por demarcar o seu estrondo sonoro que abafou por completo a potência do Leslie e abriu um daqueles espetáculos de percussão seminal. Seguiram-se “Circles”, “Burn”, “Insides”, até se chegar a “Choke”, mais um dos temas do novo disco Criminal (o primeiro disco com selo Sacred Bones) que arrasou totalmente a “pista de dança” do Hard Club. Uma injeção de adrenalina industrial a ser precedida pelo post-punk suave de “Dead Love”.
Com “Like A Father” a fazer-se ouvir em sala bem potente, surgia também um novo ponto de viragem no concerto de The Soft Moon que se ia tornando, progressivamente mais poderoso. Ouvimos “Far”, a potência poderosa de “Young”, “Wrong” e “Parallels”, tendo perdido por completo a noção de tempo. A chegar ao fim com “Die Life” os The Soft Moon despediram-se do público entre uma imensidão de aplausos que os fez regressar a palco cerca de dois minutos depois para nos brindar com um encore de duas músicas onde se ouviu “Black” e “Want”.
Tendo apenas sofrido alguns problemas técnicos ao nível da voz em algumas músicas, de uma forma geral, Luis Vasquez e companhia garantiram mais um dos grandes espetáculos de 2018, com uma setlist que contemplou no total 17 músicas dos vários discos de carreira, num concerto bastante intenso, denso, brutal e muito bem recebido. Uma daquelas noites para ficar na memória.
Um bem-haja à gigante At The Rollercoaster por continuar a promover estas ondas de resistência.