Para a nova edição do 7 ao mês fomos até à Tunísia para conhecer melhor uma das identidades por trás de Ifriqiyya Électrique, a banda que define o seu trabalho como “uma cura ritual da posse e do trance”. Entre a fusão das doutrinas do animismo e islamismo, convidámos o guitarrista dos Ifriqiyya Électrique – François R. Cambuzat (Putan Club, Trans-Aeolian Transmission, Red Machine, Ruuhaaniia, …) – a escolher e justificar sete temas/álbuns que, de alguma forma, o influenciaram como músico e/ou pessoa.
As sete escolhas do multifacetado artista que em Ifriqiyya Électrique nos apresenta uma cerimónia transcendental de post-industrial, podem agora ouvir-se abaixo.
Da minha família na China. Talvez um dos grupos mais bonitos do mundo, certamente um dos mais interessantes. Mamer, filho do bardo cazaque, desiste do contrato com a Realworld para publicar o que ele quer e deixar de sonhar em assinar pelo Ocidente. Ele também passou pelo FMM Sines em 2011).
Keiji: um explorador, sem concessão. Extravagante. Descobri no meu período de fascínio pela música improvisada (anos 80) até me ter cansado quando tive que esperar uma boa hora para ter 30 segundos de “iluminação”. Mas Keiji é a antítese desse onanismo musical: ele tem o duende, ele poderia morrer no palco.
Verdadeira paixão pelas composições de Benjamin Britten para “voci bianche”.
Spiderland é uma obra-prima pura. Foi tipo uma chapada na cara, e a primeira vez que ouvimos o termo post-rock (obrigado Stefano I. Bianchi e à sua revista italiana Blow-Up) bem antes da lavagem com os Mogwai. Em seguida deve ser citado Uzeda ou alguns pedaços dos June of 44, e outros que eu esqueci (eu adoro esquecer-me, não corro mais atrás da minha memória).
O cantor clássico mais famoso do mundo muçulmano, além de um experimentador louco. Aqui numa Doua, uma invocação. Coleção privada. Irresistivelmente surpreendente e incrivelmente bonito.
Fascinado por esta música. Uma das razões de uma das nossas mais longas pesquisas sobre o Alevismo que nos levou até Dersim, Gianna e eu. O nosso coração também está em Tunceli e Ovacik. Na mesma estrada, mas um pouco mais adiante, deparámo-nos com um vídeo na internet. Impressionante
Quando o Mick Harris desistiu de tocar bateria, ele lançou este disco e é realmente esta peça que me abriu para a música eletrónica, depois para o techno e depois para todo o resto. Até Jeff Mills, etc.
7 não é suficiente. E é um pouco cristão demais.
Se quiserem conhecer melhor os Ifriqiyya Électrique aproveitem para os seguir através do Facebook ou pelo Bandcamp, onde podem comprar o seu trabalho.