Vodafone Paredes de Coura – 16 de agosto: Entre o rock e o gospel na viagem espacial dos Spiritualized
Vodafone Paredes de Coura – 16 de agosto: Entre o rock e o gospel na viagem espacial dos Spiritualized
Agosto 26, 2019 3:44 pm
| Vodafone Paredes de Coura – 16 de agosto: Entre o rock e o gospel na viagem espacial dos Spiritualized
Agosto 26, 2019 3:44 pm
| No terceiro dia do Vodafone Paredes de Coura assistimos em primeiro lugar ao concerto de Jonathan Wilson, finalmente em estreia
em Portugal com o seu projeto a solo. O membro da banda atual de Roger Waters apresentou um rock que nos fez recordar nomes icónicos dos anos 70 e 80 como Dire Straits, Bruce Springsteen e Pink Floyd. Deu um bom concerto, focando-se principalmente em faixas do seu último álbum, Rare Birds¸ e não nos deixou esquecer o seu disco Gentle Spirit, de 2011, tendo tocado o brilhante single “Desert Raven”. Wilson mostrou ser um bom músico e guitarrista e fez o nosso dia começar da melhor maneira.
em Portugal com o seu projeto a solo. O membro da banda atual de Roger Waters apresentou um rock que nos fez recordar nomes icónicos dos anos 70 e 80 como Dire Straits, Bruce Springsteen e Pink Floyd. Deu um bom concerto, focando-se principalmente em faixas do seu último álbum, Rare Birds¸ e não nos deixou esquecer o seu disco Gentle Spirit, de 2011, tendo tocado o brilhante single “Desert Raven”. Wilson mostrou ser um bom músico e guitarrista e fez o nosso dia começar da melhor maneira.
Seguiu-se o concerto dos britânicos Black Midi no palco secundário. São uma das maiores promessas do rock atual, podendo ser comparados a Swans,Battles, Devo e outros nomes do rock e punk mais alternativo, mas têm uma sonoridade própria e
distinta. Entraram em palco ao som de uma versão alterada de “Girls Night Out”, de Charli XCX, e partiram de forma imediata e explosiva para “Near DT, MI”, seguida da agressiva e caótica “953”. Mostraram desde o princípio ser habilidosos nos seus instrumentos, com o trabalho do baterista Morgan Simpson a ser especialmente impressionante. Exibiram músicas bastante imprevisíveis e dinâmicas que enganaram vezes sem conta uma grande parte do público nas primeiras filas, que tentava constantemente fazer mosh. Concluiram com “bmbmbm” um concerto barulhento e intenso no qual se afirmaram novamente como um nome a não perder de vista nos próximos tempos.
distinta. Entraram em palco ao som de uma versão alterada de “Girls Night Out”, de Charli XCX, e partiram de forma imediata e explosiva para “Near DT, MI”, seguida da agressiva e caótica “953”. Mostraram desde o princípio ser habilidosos nos seus instrumentos, com o trabalho do baterista Morgan Simpson a ser especialmente impressionante. Exibiram músicas bastante imprevisíveis e dinâmicas que enganaram vezes sem conta uma grande parte do público nas primeiras filas, que tentava constantemente fazer mosh. Concluiram com “bmbmbm” um concerto barulhento e intenso no qual se afirmaram novamente como um nome a não perder de vista nos próximos tempos.
Os Deerhunter, no palco principal, deram um concerto competente, mas dececionante. Tocaram algumas das suas melhores músicas, como as faixas iniciais do aclamado Microcastle, “Cover Me (Slowly)” e “Agoraphobia”, e “Desire Lines”, mas faltou algo para elevar as versões ao vivo ao nível das gravadas em estúdio. Talvez numa sala fechada, com um equilíbrio e qualidade de som que faça jus às suas composições, consigam transmitir a atmosfera criada pelos seus melhores álbuns. Num momento curioso entre duas canções, o vocalista Bradford Cox mostrou-se fã dos portugueses Nuno Canavarro e Street Kids.
O auge da noite foi atingido pelos Spiritualized de J. Spaceman. O grupo foi acompanhado por um coro gospel que contribuiu para alguns dos momentos mais bonitos do festival. Canções como “Shine a Light” e “A Perfect Miracle” foram elevadas a um novo patamar, com um som denso, etéreo e poderoso a preencher todo o recinto. Nos melhores momentos as canções soaram
especialmente grandiosas e épicas, mas nos piores o som do baixo desequilibrou a mistura entre os instrumentos. Desde “I’m Your Man” até ao princípio de “Sail On Through”, a penúltima do alinhamento, as notas menos graves do baixo pouco se ouviram e sempre que eram tocadas sentia-se um vazio na música. Esta falha foi o único aspeto negativo notável num concerto muito bem ensaiado e preparado, mas foi o suficiente para comprometer a sequência de músicas afetadas. Felizmente, o problema sentiu-se pouco na reta final e foi possível aproveitar da melhor maneira uma excelente versão de “Oh Happy Day”, de Edwin Hawkins.
especialmente grandiosas e épicas, mas nos piores o som do baixo desequilibrou a mistura entre os instrumentos. Desde “I’m Your Man” até ao princípio de “Sail On Through”, a penúltima do alinhamento, as notas menos graves do baixo pouco se ouviram e sempre que eram tocadas sentia-se um vazio na música. Esta falha foi o único aspeto negativo notável num concerto muito bem ensaiado e preparado, mas foi o suficiente para comprometer a sequência de músicas afetadas. Felizmente, o problema sentiu-se pouco na reta final e foi possível aproveitar da melhor maneira uma excelente versão de “Oh Happy Day”, de Edwin Hawkins.
Father John Misty voltou a mostrar a sua enorme presença em palco no mesmo festival onde brilhou em 2015. Acompanhado por nove músicos, com uma secção de sopros muito bem incorporada e uma setlist bastante longa, dançou e cantou com tudo o que tinha. Infelizmente, para quem já o viu ao vivo, não houve nada de novo. A atitude já não tem o mesmo encanto de
antigamente e não foi o suficiente para elevar os instantes mais genéricos e mornos da sua discografia. Foi bom ouvir arranjos categóricos de canções como “Hangout at the Gallows”, “Disappointing Diamonds Are the Rarest of Them All” e “Nancy From Now On”, mas não se sentiu a magia da última vinda a Paredes de Coura.
antigamente e não foi o suficiente para elevar os instantes mais genéricos e mornos da sua discografia. Foi bom ouvir arranjos categóricos de canções como “Hangout at the Gallows”, “Disappointing Diamonds Are the Rarest of Them All” e “Nancy From Now On”, mas não se sentiu a magia da última vinda a Paredes de Coura.
No After Hours, os Peaking Lights apresentaram uma sonoridade mais eletrónica do que aquilo a que nos habituaram em estúdio. Com ritmos dançáveis e sintetizadores espaciais, deram o melhor concerto dos after parties deste Vodafone Paredes de Coura.
Texto: Rui Santos
Fotografia: Hugo Lima