É umas das mais insulares forças criativas da produção contemporânea moderna. Depois de se estrear em território nacional com um espetáculo no festival Madeiradig, em 2019, a sueca Maria W Horn ruma a Lisboa, no próximo dia 10 de setembro, para um concerto a acontecer no Novo Negócio, o novo espaço da Galeria Zé dos Bois situado na Rua do Açúcar. Um dia depois, a compositora apresenta-se no pequeno auditório do Theatro Circo, em Braga.
Horn, 31, integra um notável leque de músicos e compositores com estreitas ligações ao panorama da música experimental de Estocolmo, onde nasceu, e que tem em Ellen Arkbro, Mats Erlandsson e Kali Malone alguns dos seus maiores embaixadores. Foi com a última, aliás, que fundou a XKatedral, editora responsável por algumas das pérolas da eletroacústica europeia de hoje.
O seu álbum de estreia a solo, Kontrapoetik, “engoliu ocultismo, mitologia folclore e composição clássica”, explica a organização, sob uma tela em tons monocromáticas com laivos do mais lamacento black metal proveniente das terras escandinavas. O seu sucessor, Epistasis, surgiu meses depois sob a chancela da suíça Hollow Ground e explorou técnicas e ferramentas formais como o método Tintinnabuli, de Arvo Pärt, recorrendo para isso a um piano vertical, controlado através de uma estrutura desenhada em Supercollider, e uma série de músicos convidados que a auxiliam com arranjos de violino, violoncelo, guitarra e órgão. No mesmo ano de 2019, compôs ainda a peça em torno da tragédia grega Fedra/Hippolytus, que apresentou no Royal Dramatic Theatre, em Estocolmo.
Os bilhetes para o concerto em Lisboa encontram-se dispoíveis online em https://zedosbois.bol.pt/, pelo custo único de 10 euros. O músico e compositor português Luís Pestana, que se estreou pela americana Orange Milk Records com o assombroso Rosa Pano (um dos nossos lançamentos favoritos de 2020), é o responsável pela primeira parte da noite.
