Mucho Flow: a “perseverança” e “loucura” de um festival que quer “sempre mais”

Mucho Flow: a “perseverança” e “loucura” de um festival que quer “sempre mais”

| Outubro 27, 2023 9:00 am

Mucho Flow: a “perseverança” e “loucura” de um festival que quer “sempre mais”

| Outubro 27, 2023 9:00 am

De 2 a 4 de novembro, a música emergente vai voltar a tomar conta de Guimarães. Lankum, Amnesia Scanner, Evian Christ ou Lucinda Chua são alguns dos destaques do Mucho Flow 2023, que este ano celebra a sua décima edição ao longo de três dias, uma novidade no evento organizado pela promotora Revolve.

“Perseverança e alguma loucura” são algumas das razões que ajudam a explicar a longevidade do Mucho Flow, um evento que começou de forma modesta nas ruas da cidade, ao ar livre e aberto à comunidade, antes de fechar portas (e abrir outras) no CAAA, principal residência do festival até 2019. “Os valores envolvidos são altos, a produção é complexa, e o financiamento é extremamente limitado. Isto quer dizer que precisas de uma equipa de loucos disposta a trabalhar o ano inteiro por amor”, explicam Miguel de Oliveira e Bruno Abreu, organizadores, em entrevista à Threshold Magazine.

Admitem, nessa conversa, que é o sentido de descoberta que os faz apaixonar “vezes sem conta” pela música. “Trazer as novidades mais estimulantes da cena (qualquer que seja ela) e ser um ponto de encontro de pessoas que partilham da nossa visão de descoberta e gozo da novidade” é a bússola pelo qual se guiam quando chega a hora de construir os cartazes. “É um reflexo de quem somos, do que ouvimos”, contam, admitindo que é na novidade e no desconforto que esta pode provocar que se assentam os alicerces do Mucho Flow.

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Foi nesse festival, por exemplo, que os ingleses black midi, hoje um dos principais bastiões das vanguardas do rock britânico, assinaram a sua estreia em Portugal. Também Amen Dunes, Circuit des Yeux, Sega Bodega, Blackhaine e Jockstrap carimbaram as suas primeiras excursões ao nosso país no contexto do festival, que este ano se desdobra pela primeira vez em três dias, com um programa de conversas e instalações performativas no primeiro dia.

No plano da música, que arrancará a todo o gás no segundo dia de festival, Bruno Abreu e Miguel de Oliveira destacam o encontro em palco entre Filho da Mãe, Ricardo Martins e Jibóia, sob a designação Tormenta, a estreia de um novo lançamento a solo (a ser lançado nos próximos meses pela Revolve) de Miguel Pedro, membro dos Mão Morta, bem como os concertos de Lost Girls, projeto que junta a norueguesa Jenny Hval ao compatriota Håvard Volden, pablopabloHeith, LCY ou Lankum (False Lankum, o mais recente trabalho dos irlandeses, integrou a shortlist do Mercury Prize 2023). Relembram, contudo, que o Mucho Flow deve ser pensado como uma “experiência completa”, e que a intenção de expandir o evento em direção a um formato cada vez mais multidisciplinar é cada vez mais premente. “Queremos sempre mais e mais e mais, e assim vamos continuar, da forma mais irresponsável que conseguirmos”.

O Mucho Flow realiza-se de 2 a 4 de novembro, entre o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG)Centro Cultural Vila Flor (CCVF), Teatro Jordão e CAE São Mamede. Os bilhetes ainda estão à venda através da plataforma DICE, a preços que variam entre 10 e 55 euros.

Fotografia: João Octávio Peixoto / Mucho Flow

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