Manu Louis na Socorro: a música é um recreio sonoro onde todos somos livres para brincar

Manu Louis na Socorro: a música é um recreio sonoro onde todos somos livres para brincar

| Dezembro 13, 2024 12:04 am

Manu Louis na Socorro: a música é um recreio sonoro onde todos somos livres para brincar

| Dezembro 13, 2024 12:04 am

Manu Louis, músico belga a residir atualmente em Berlim, passou na semana passada pela cave da Socorro para encabeçar o último evento que a Machamba organizou no seu primeiro ano de vida. E se a sala estava lamentavelmente “despida”, a verdade é que os poucos que marcaram presença receberam-no de braços abertos, criando-se ali um agradável clima de apreciação musical genuína, como se estivéssemos numa espécie de “showcase” para amigos e curiosos. Um cenário que, de resto, combinou na perfeição com a sonoridade do nosso anfitrião – simultaneamente “calorosa” e idiossincrática, claramente indicada para ambientes de intimidade underground.

Assim, ao longo de aproximadamente uma hora, Manu Louis conduziu-nos pelo seu universo de experimentalismo peculiar onde o insólito soa sempre lúdico. Sozinho em palco com um teclado e uma guitarra, e servindo-se ainda de imagens que ia exibindo no seu portátil (tendo até confirmado, a certa altura, se todos as conseguiam ver), alternou entre a elegância melódica e a energia dançável, entre uma ideia de chanson française e a eletrónica possante – ou até camadas mais noisy em determinados momentos – para cultivar uma atmosfera vibrante onde a música adquiria contornos de surrealismo pop. Encantadoramente sui generis, bem informal até no modo como interagia com a audiência (chegou mesmo a perguntar que tipo de som é que queríamos ouvir – mais melódico ou mais festivo), Manu Louis fez desta sessão uma visita guiada pela singularidade do seu mundo. Uma sessão “ diferente”, quase como uma colagem sensorial performativa, mas que foi bem divertida.

Destaque também para o DJ set da Marafada, ali a servir um caldeirão de sons quentes entre o funk, o house e toda uma panóplia de batidas africanas ao qual o nosso corpo não resistiu. Super revigorante – quase uma brisa de verão ideal para melhor aguentar este inverno -, Marafada fez-nos dançar com o máximo de prazer, antes e depois do concerto… Façam então o favor de assistir a um set dela, pois a vossa alma agradecerá.

 

Texto: Jorge Alves