Tramhaus na Lovers: ou como ser rock é um ato de libertação coletiva

Tramhaus na Lovers: ou como ser rock é um ato de libertação coletiva

| Outubro 14, 2025 7:09 pm

Tramhaus na Lovers: ou como ser rock é um ato de libertação coletiva

| Outubro 14, 2025 7:09 pm

Depois de esgotada a primeira das datas, a Lovers decidiu acrescentar uma sessão extra de Tramhaus para o mesmo dia (8 de outubro), umas horas antes do concerto original. E foi perante uma sala agradavelmente bem composta que assistimos a uma potente descarga do rock pujante que a banda neerlandesa tem aperfeiçoado nos últimos anos – um post-punk poderoso, sempre ali a alternar entre o rasgo de energia fulminante e a “brisa” de melodias cintilantes, entre a garra catártica e a leve introspecção. Claramente mais coesos do que na estreia de há três anos (numa noite de segunda- feira notoriamente chuvosa, onde subiram ao palco do Maus Hábitos e deram provas da promessa que já na altura eram), assinaram uma atuação notável e irrepreensível, provando que são hoje uma máquina bem oleada.

Em promoção ao mais recente The First Exit, lançado no ano passado, prenderam-nos com a honestidade crua de uma fórmula que pode até não ser inovadora, mas que “bate” bem para quem aprecia uma boa malha rock – neste caso, um conjunto de canções que tanto se mostram catchy como facilmente enveredam por atalhos mais shoegaze. Entre guitarras “rasgadas” mas ondulantes, um baixo pulsante cheio de profundidade rítmica, uma bateria super sólida e, acima de tudo, uma garra em palco (que tecnicamente nem havia, isto foi um “floorshow”, nas palavras da banda, onde a ligação com o público viveu-se de forma visceral) altamente cativante, dançámos e suámos no conforto de uma euforia que nos encheu a alma. Festa “comunitária” descomprometida que aqui vivemos – pura e descontraída, guiada pelo amor de aproveitar o momento para o imortalizar no coração.

 

Texto: Jorge Alves

Fotografia: Jorge Resende

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