Sleater
Kinney

| Janeiro 30, 2015 7:56 pm


Sleater-Kinney // Sub Pop // Janeiro 2015
8.0/10

Depois de praticamente
uma década separadas (sendo que cada membro da banda preferiu investir nas suas
carreiras a solo) as Sleater-Kinney anunciaram em Outubro de 2014 que se tinham
reunido e, sem demoras, revelaram que haveria novo álbum no inicio de 2015;
deixando o panorama musical em alvoroço e à espera do oitavo
longa-duração da “melhor banda do mundo”.
Para quem
esperava um sucessor directo do The Woods (onde reinava uma sonoridade mais próxima
do prog, e onde as guitarras facilmente se alongavam faixa adentro),
prepare-se; em No Cities To Love, as Sleater-Kinney abraçam a pop e fazem-se munir
de canções curtas e carregadas do punk que lhes é característico.
É este sentimento
de “quase” redescoberta que podemos ver infundido em praticamente todas as
faixas de No Cities To Love: “We speak in circles/We dance in code” canta Corin Tucker em “Bury Our Friends”, referenciando a ligação quase que transcendental
que une este trio de Olympia; em “Surface Envy” a mensagem continua
presente, mas desta vez, deixando-a transparecer através da instrumentalização e do refrão onde entoam: 
We win, we lose/ Only together do we break the rules / We win, we lose / Only together do we make the rules


São 10 faixas em
que se vai do sussurro ao grito, de um rock etéreo ao punk puro, da precisão
suíça de Janet Weiss na bateria às guitarradas desenfreadas
Carrie Brownstein; sendo que tudo isto culmina em uns brilhantes 32 minutos
de perder o folgo.
Numa
entrevista dada por Brownstein, esta afirmava que neste novo trabalho
pretendiam escrever “sem olhar para trás, como se estivéssemos começado agora a
banda”; e
No Cities To Love é isso mesmo: um showcase do seu passado, tentando mostrar de onde vêm, no entanto,
a olhar para o futuro e a quererem trilhar um novo caminho ; uma tentativa de explorar a idade, a experiência e
criatividade, sem perder o cunho pessoal que as trouxe até aqui.
As Sleater-Kinney
não se reinventaram, mas não faz mal; para mim continuam a ser “the best in the
world”.

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