Costa EP // Planalto Records // Março de 2015
7.7/10
Costa EP é o primeiro curta duração de O Doido e a Morte que recebe edição da Planalto Records e apresenta três faixas inéditas. “Dília”, o primeiro avanço desta estreia, lançado em Janeiro, já mostrava uma atmosfera espacial explorada por sobre variadas guitarras. Com a edição de Costa EP, O Doido e a Morte apresentam um primeiro trabalho bem conseguido, pela sua diversa experimentação instrumental, que não só traz uma coesão entre todos os singles, como igualmente consagra este primeiro trabalho numa obra de ponte para um longa-metragem mais falado na imprensa musical. “Costa”, o segundo single do EP, volta a frisar o anteriormente escrito. Esta conjugação entre as diversas sonoridades, tanto da guitarra acústica como da eléctrica, fazem de Costa EP um trabalho intemporal.
Sónia Felizardo
Fantasy Empire // Thrill Jockey // Março de 2015
8.0/10
Quase 20 anos depois do início dos Lighnting Bolt, alegra-me informar-vos que a bateria de Brian Chippendale continua a rufar forte e de maneira frenética e as cordas baixo de Brian Gibson continuam a causar ondas sónicas destrutivas. E depois do Earthly Delights, eis que nos chega Fantasy Empire, o seu mais recente longa duração. A lírica do mesmo será certamente composta pelas mais linhas ricas linhas de prosa alguma vez assentes em papel. No entanto, a mesma é incompreensível. Abafada por toda a violência sónica de um noise rock cáustico. A explicação e crítica para este disco não carece de mais linhas. Fantasy Empire não é um bonito poema. É a explosão causada pela purgação dos ruidosos demónios dos Brians, que se fazem ouvir durante os 40 e poucos minutos do LP. E ao contrário de outros discos, Fantasy Empire não nos deixa mais ricos depois de uma audição — ou após várias até. Muito pelo contrário. Deixa-nos confusos pelos seus contornos sinuosos de noise abrasivo e derruba-nos a cada esforço nosso em decompô-los. Traduzindo tudo isto por miúdos, um disco de gessada da boa.
Para ouvir bem alto.
Eduardo Silva
Golem // In The Red Records // Março de 2015
8.4/10
Golem é o segundo longa-duração dos Wand. Apesar da banda só se ter formado no ano passado, Cory Hanson, líder da banda, já é um habitué na cena de garage rock californiana, tendo tocado na banda de Mikal Cronin, nos Together PANGEA e também nos Meatbodies. E neste álbum sente-se bem a influência de conterrâneos como Ty Segall e os Thee Oh Sees, principalmente nas músicas mais pesadas do álbum, como na faixa de abertura “The Unexplored Map” e no tema “Self Hypnosis in 3 Days”, por exemplo. E “Melted Rope” poderia perfeitamente fazer parte dum álbum de White Fence. Apesar disso tudo, os Wand conseguem trazer uma lufada de ar fresco ao género, graças a ritmos incomuns neste tipo de música e também à forma como usam sintetizadores e pedais de efeitos. Este álbum é a prova que o rock de garagem pode ser muito mais do que uma progressão de três acordes por cima de um ritmo.
Hélder Lemos
7.5/10
Os Mantra são uma
banda de stoner rock originária de Viana de Castelo, com início em 2010, e em
Fevereiro deste ano editaram o seu novo EP I: Hell
Or High Water. O EP começa com “Catcher
in the Rhye”, uma música que serve de introdução à sonoridade que se vai ouvir
nas próximas quatro faixas: riffs pesados e quase demoníacos, solos de guitarra
electrizantes, voz característica do grunge, com parecenças à de Chris Cornell.
Em suma, a “definição” de stoner rock. “Dusty Road” traz nos guitarras cheias
de reverb e ao tão característico espírito livre associado ao viajar pelo
deserto sem rumo definido. São 22 minutos de
temas coesos, em que nenhuma das músicas nos desilude e que com o passar das
audições nos atraem cada vez mais. “Dusty Road” e “Devil’s Shoes” são os grandes
destaques deste EP.
banda de stoner rock originária de Viana de Castelo, com início em 2010, e em
Fevereiro deste ano editaram o seu novo EP I: Hell
Or High Water. O EP começa com “Catcher
in the Rhye”, uma música que serve de introdução à sonoridade que se vai ouvir
nas próximas quatro faixas: riffs pesados e quase demoníacos, solos de guitarra
electrizantes, voz característica do grunge, com parecenças à de Chris Cornell.
Em suma, a “definição” de stoner rock. “Dusty Road” traz nos guitarras cheias
de reverb e ao tão característico espírito livre associado ao viajar pelo
deserto sem rumo definido. São 22 minutos de
temas coesos, em que nenhuma das músicas nos desilude e que com o passar das
audições nos atraem cada vez mais. “Dusty Road” e “Devil’s Shoes” são os grandes
destaques deste EP.
Rui Gameiro
Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit // Mom + Pop Music // Março de 2015
8.7/10
Após dois
EP’s, Courtney Barnett lançou o seu primeiro longa-duração. A sonoridade é a
mesma de sempre, mas o álbum não se torna uma imitação inferior dos trabalhos
anteriores da cantautora australiana. As guitarras eléctricas e o estilo de
cantar muito característico, a fazer lembrar Stephen Malkmus dos Pavement,
continuam presentes e são bem vindos. Sometimes I Sit and Think, and Sometimes
I Just Sit é uma sucessão de malhas indie rock muito consistente. Não faltam
refrões catchy e músicas viciantes, como “Pedestrian at Best” e “Elevator
Operator”, que merecem ser tocadas em loop durante algum tempo, e nem as
canções mais compridas se tornam cansativas. “Kim’s Caravan” e “Small Poppies”
vão aumentando a intensidade à medida que avançam, permitem a Courtney mostrar
os seus dotes na guitarra e encaixam muito bem no disco. Disco este que é uma
confirmação de que Courtney Barnett sabe o que faz e é a autora de algum do
melhor indie rock da actualidade. Uma artista a não perder de vista nos
próximos anos.
EP’s, Courtney Barnett lançou o seu primeiro longa-duração. A sonoridade é a
mesma de sempre, mas o álbum não se torna uma imitação inferior dos trabalhos
anteriores da cantautora australiana. As guitarras eléctricas e o estilo de
cantar muito característico, a fazer lembrar Stephen Malkmus dos Pavement,
continuam presentes e são bem vindos. Sometimes I Sit and Think, and Sometimes
I Just Sit é uma sucessão de malhas indie rock muito consistente. Não faltam
refrões catchy e músicas viciantes, como “Pedestrian at Best” e “Elevator
Operator”, que merecem ser tocadas em loop durante algum tempo, e nem as
canções mais compridas se tornam cansativas. “Kim’s Caravan” e “Small Poppies”
vão aumentando a intensidade à medida que avançam, permitem a Courtney mostrar
os seus dotes na guitarra e encaixam muito bem no disco. Disco este que é uma
confirmação de que Courtney Barnett sabe o que faz e é a autora de algum do
melhor indie rock da actualidade. Uma artista a não perder de vista nos
próximos anos.
Rui Santos