
Jerk At The End Of The Line // Virgin EMI // Março de 2015
2.4/10
Desde 2012 a criar hype pela Internet, e depois do EP de estreia Days In The City, editado em Outubro de 2013, Only Real finalmente anuncia o seu álbum de estreia Jerk At The End Of The Line editado a 30 de Março pela Virgin EMI, editora com que assinou recentemente. Sem mais paleio, afinal o Only Real era apenas mais um dos artistas novos a surgir online, que teria um impacto inicial positivo, mas que atingiria o seu auge demasiado cedo. E assim foi. Após a edição do primeiro EP todos os singles de Only Real deixaram de ter piada e Niall Galvin tornou-se num miúdo repetitivo e extremamente irritante. Repetitivo, obviamente, porque já ninguém suporta mais o single “Backseat Kissers”, aliás esta faixa já foi editada uma centena de vezes. E um pouco de inovação? Irritante, porque nada faz sentido quando se inicia a audição deste primeiro trabalho em “Intro (Teist It Up)”, porra, gostava de saber quais são os ouvidos capazes de suportar mais de vinte segundos daquela voz manipulada digitalmente E o pior é que a porcaria desta voz continua a ser ouvida posteriormente em “Jerk”, nos seus segundos iniciais. Saudades influências que se sentiam na audição consecutiva de “Take It From Me”, single nunca editado oficialmente.
Por falar em singles nunca editados oficialmente, verifica-se que até a personalidade do vocalista sofre uma alteração tamanha nas faixas deste novo álbum face aos anterioesr trabalhos. Embora em “Yesterdays” – primeiro avanço deste trabalho – Only Real ainda mostre a sua marca de “miúdo comedor de cereais” atraves da sua música de sonoridade grunge lo-fi, embebida em guitarras etílicas e a fazer desejar o verão que tarda, Jerk At The End Of The Line é um repetição da voz de Niall Galvin que se torna extremamente aborrecida quando ouvida em repetição. E este novo disco traz todas as canções já conhecidas do produtor londrino mas apenas numa mistura e masterização diferentes. “Blood Carpet” é mais uma amostra do “oh por favor e um pouco de músicas novas?”, só por dizer que acrescenta alguns instrumentos à demo, de igual nome, anterior mostrada. E diga-se que triplamente melhor. Este novo álbum não é apenas mau, é a amostra de que Only Real não tem qualquer futuro e é apenas um miúdo ingénuo e extremamente narcisista. As sonoridades, que podem parecer interessantes nas primeiras audições tornam-se facilmente monótonas e como que recortes de faixas semelhantes já pré-ouvidas.
Em “Can’t Get Happy”, o mais recente avanço de Jerk At The End Of The Line, Only Real mostrava a última faixa minimamente interessante do referido trabalho. Sim porque ainda me tinha esquecido de referir a presença de “Cadillac Girl” neste primeiro longa duração. Andar a repetir singles que saíram entre 2012 e 2013 não é propriamente algo que vá marcar a diferença e 2015 e de facto Only Real apresenta assim mais um álbum comum, desinteressante e ainda mais, uma perda de tempo para os críticos da imprensa musical que têm centenas de álbuns muito melhores para ouvir. E igualmente uma perda de tempo para os ouvintes, que para além da repetição de singles, têm de levar igualmente com samples sonoras que deixaram de ser fixes quando os programas de sonorização se tornaram acessíveis a grande parte do público da área.