
More Faithful // Mexican Summer // junho de 2015
5.8/10
Os fãs do shoegaze na sua vertente mais pop, certamente que gostaram de Ghost Blonde (2011), o disco que levou os No Joy ao reconhecimento da crítica internacional, após a assinatura com a Mexican Summer tendo assinado, igualmente, a estreia do quarteto nos trabalhos de estúdio. Em Wait To Pleasure(2013) a banda de Montreal apresentava uma maturação face à sua estreia e mostrava igualmente aquele que seria o seu melhor registo até à data. Com More Faithful, terceiro disco de estúdio os No Joy deixaram-se ofuscar pelos holofotes e perderam grande parte da boa distorção que nos houvera sido apresentada no registo anterior. Gravado com o produtor de Ariel Pink, Jorge Elbrecht, em Brooklyn e na Costa Rica, More Faithful continua a apostar nas guitarras fuzz mas tece uma sonoridade que se vai tornando repetitiva e maçuda nas suasrepetições constantes.
Apesar de More Faithful funcionar como um álbum esperado, na medida em que não traz uns No Joy completamente aleatórios face aos trabalhos anteriormente mostrados, há no entanto, uma aura envolta em si que o desclassifica facilmente de um álbum a considerar. “Remember Nothing”, a faixa de abertura resume-se a camadas de distorção que envolvem um núcleo vocal despido de qualquer característica que o classifique de único, e, mesmo as guitarras implementadas, produzem apenas uma pequena indiferença no ouvinte. Esta indiferença prossegue em “Everything New”, que embora apresente uma sonoridade bem mais limpa que a canção anterior, acaba por se tornar num single bastante monótono e banal.
Não interessa descrever que em More Faithful uns singles são mais catchy e outros mais fuzz ou psicadélicos, pois todo o álbum possui uma linha que os No Joy conseguem seguir sem se colocarem com grandes mariquices, o que é bom. Músicas como “Hollywood Teeth” e “Judith” apostam em quebras repentinas nos compassos o que acaba por transmitir uma certa interatividade no som resultante, embora efémera.
Ainda a receber destaque positivo encontra-se “I Am An Eye Machine” que nos leva a viajar a um dream pop à Youth Lagoon, através de um som bem mais limpo. Talvez os No Joy devam apostar mais neste género, afinal, esconder defeitos por sobre uma camada de distorção nem sempre surte um efeito bem conseguido, ou tão pouco aclamado. E, apesar de ainda conseguirem enganar alguns ouvidos, que se deixam facilmente conquistar por qualquer batida, a banda de Montreal não tece em More Faithful um álbum a ser projetado nas listas dos melhores do ano.
Não interessa descrever que em More Faithful uns singles são mais catchy e outros mais fuzz ou psicadélicos, pois todo o álbum possui uma linha que os No Joy conseguem seguir sem se colocarem com grandes mariquices, o que é bom. Músicas como “Hollywood Teeth” e “Judith” apostam em quebras repentinas nos compassos o que acaba por transmitir uma certa interatividade no som resultante, embora efémera.
Ainda a receber destaque positivo encontra-se “I Am An Eye Machine” que nos leva a viajar a um dream pop à Youth Lagoon, através de um som bem mais limpo. Talvez os No Joy devam apostar mais neste género, afinal, esconder defeitos por sobre uma camada de distorção nem sempre surte um efeito bem conseguido, ou tão pouco aclamado. E, apesar de ainda conseguirem enganar alguns ouvidos, que se deixam facilmente conquistar por qualquer batida, a banda de Montreal não tece em More Faithful um álbum a ser projetado nas listas dos melhores do ano.