8.0/10
Há duas grandes malhas neste EP, (ahah, curiosamente a “Malha” não é nenhuma das duas) “Intruso” e “Vi em Ti Veritas”. A primeira por conseguir explorar, em cerca de seis minutos de duração, uma mão cheia de elementos do jazz, post-rock, stoner rock entre outros subgéneros, e com isto, criar uma composição que sofre imensas quebras a nível sonoro. Isto é muito bom dado que o ritmo nunca se quebra apesar destas sub-conjugações musicais. A segunda, “Vi em Ti Veritas”, por iniciar com o baixo e o piano em plano de foco e, consequentemente, criar uma musicalidade bastante interessante e facilmente audível por qualquer pessoa. Abre-se espaço para ouvir um pseudo solo do piano incrível, por volta dos dois minutos e meio de avanço, que marca que os Bruma têm algo de novo a oferecer à música portuguesa.
Braga tem visto o seu nome crescer, na cena musical, por trazer cada vez mais bons projetos emergentes a nível nacional e os Bruma apresentam-se, apenas num conjunto de cinco canções, como um dos projetos mais notáveis a reter da cidade. Pesadelo é um disco fácil de ouvir por saber conjugar tão bem diversos géneros e sub-genéros, criando igualmente uma harmonia que aqui se torna, de certo modo, característica. Os Bruma primam nesta estreia essencialmente pelo facto de apresentarem um disco muito distinto das apostas que se têm feito ultimamente a nível nacional. Esse é mais um selo distintivo de Braga, as bandas nacionais que têm coisas novas a oferecer – de referir os Ermo, já que o EP teve produção e materialização asseguradas por Bernardo Barbosa – e que as fazem tão bem. Pesadelo é acima de tudo um disco que se deseja ver/ouvir muito ao vivo, bastante promissor e criativo.