8.0/10
O produtor e beatmaker dB, nome artístico de
David Besteiros, conhecido pelas frequentes colaborações com PZ em faixas como
“Cara de Chewbacca” e “Tu és a Minha Gaja”, e pelo seu projeto Corona, um dos
mais interessantes grupos do hip hop português que conta já com dois álbuns no
seu repertório, os conceptuais Lo-Fi Hipster Sheat (2014) e Lo-fi Hipster Trip
(2015), regressou em 2016 para o lançamento do seu quarto registo a solo.
Depois de três registos instrumentais –
[Retro]Activo (2012), [Beat]erapia (2012) e Black Cobra (2014) – o artista proveniente de Vila Nova de Gaia
está de volta com 4400 OG (4400 = Código Postal de Gaia, OG = Original
Gangsta), um álbum em homenagem à sua terra natal que tem, na sua essência, o
sampling como forma de passar a mensagem e referências do produtor.
David Besteiros, conhecido pelas frequentes colaborações com PZ em faixas como
“Cara de Chewbacca” e “Tu és a Minha Gaja”, e pelo seu projeto Corona, um dos
mais interessantes grupos do hip hop português que conta já com dois álbuns no
seu repertório, os conceptuais Lo-Fi Hipster Sheat (2014) e Lo-fi Hipster Trip
(2015), regressou em 2016 para o lançamento do seu quarto registo a solo.
Depois de três registos instrumentais –
[Retro]Activo (2012), [Beat]erapia (2012) e Black Cobra (2014) – o artista proveniente de Vila Nova de Gaia
está de volta com 4400 OG (4400 = Código Postal de Gaia, OG = Original
Gangsta), um álbum em homenagem à sua terra natal que tem, na sua essência, o
sampling como forma de passar a mensagem e referências do produtor.
4400 OG é um
álbum composto por 27 faixas de curta duração, à exceção de “#150ml”, tema que serviu de single de
apresentação. Para a produção dos beats, dB parte à recolha de material áudio
relacionado com a sua cidade natal através de excertos de notícias de
televisão retiradas de pérolas da sempre
polémica e caricata CMTV, cujos intervenientes samplados “são de
Gaia, ou estão a falar de Gaia”, como refere num artigo para o Rimas e Batidas. Relatos de roubos menores, o sequestro de uma senhora que se recusa a
fazer sexo com o seu marido ou pessoas a levar com tijolos na cabeça são apenas
algumas das situações absurdas e caricatas que dB implementa nos seus beats. À
semelhança do que fez em Lofi Hipster Sheat, cujos instrumentais eram feitos à
base de samples retirados de música psicadélica e progressiva das décadas de 60
e 70, em 4400 OG, DB parte à descoberta de bandas sonoras do cinema europeu da
década de 70.
álbum composto por 27 faixas de curta duração, à exceção de “#150ml”, tema que serviu de single de
apresentação. Para a produção dos beats, dB parte à recolha de material áudio
relacionado com a sua cidade natal através de excertos de notícias de
televisão retiradas de pérolas da sempre
polémica e caricata CMTV, cujos intervenientes samplados “são de
Gaia, ou estão a falar de Gaia”, como refere num artigo para o Rimas e Batidas. Relatos de roubos menores, o sequestro de uma senhora que se recusa a
fazer sexo com o seu marido ou pessoas a levar com tijolos na cabeça são apenas
algumas das situações absurdas e caricatas que dB implementa nos seus beats. À
semelhança do que fez em Lofi Hipster Sheat, cujos instrumentais eram feitos à
base de samples retirados de música psicadélica e progressiva das décadas de 60
e 70, em 4400 OG, DB parte à descoberta de bandas sonoras do cinema europeu da
década de 70.
Neste
quarto registo a solo do produtor, nota-se a clara influência do malogrado J
Dilla, cujo emblemático Donuts fez recentemente 10 anos e de onde dB confessa
ter se inspirado para a execução do seu novo trabalho. Neste novo registo, faz
também referencia a outros artistas como PZ, samplado em “Os Meus Manos”, o
amor por Beatriz Gosta nas faixas “Eu Gosto da Beatriz Gosta” e “Xuxa Matinal”,
e na referência ao rapper norteamericano Joey Badass na faixa com o mesmo nome. “Gaia, a Minha Life” serve como despedida a
uma viagem por uma Vila Nova de Gaia de retrato deturpado, mas realista, com dB
a homenagear, mais uma vez, todos
aqueles que o acompanham na sua vida pessoal e criativa e que tanto inspiram
este seu novo trabalho.
quarto registo a solo do produtor, nota-se a clara influência do malogrado J
Dilla, cujo emblemático Donuts fez recentemente 10 anos e de onde dB confessa
ter se inspirado para a execução do seu novo trabalho. Neste novo registo, faz
também referencia a outros artistas como PZ, samplado em “Os Meus Manos”, o
amor por Beatriz Gosta nas faixas “Eu Gosto da Beatriz Gosta” e “Xuxa Matinal”,
e na referência ao rapper norteamericano Joey Badass na faixa com o mesmo nome. “Gaia, a Minha Life” serve como despedida a
uma viagem por uma Vila Nova de Gaia de retrato deturpado, mas realista, com dB
a homenagear, mais uma vez, todos
aqueles que o acompanham na sua vida pessoal e criativa e que tanto inspiram
este seu novo trabalho.
4400 OG comprova que dB é um dos melhores
produtores e beatmakers portugueses, que através da sua sonoridade descontraída
de atitude provocadora, produz alguns dos beats mais interessantes do circuito
hip hop português. A sua música não é para qualquer ouvido e os fãs mais
acérrimos da música hip hop em Portugal poderão não se ambientar muito bem ao
seu som, mas 4400 OG é um grande exercício de produção que demonstra, mais uma
vez, que este é um dos nomes a seguir da nova música portuguesa.