Reportagem: Marching Church + Papaya [Maus Hábitos – Porto]

Reportagem: Marching Church + Papaya [Maus Hábitos – Porto]

| Março 1, 2016 4:31 pm

Reportagem: Marching Church + Papaya [Maus Hábitos – Porto]

| Março 1, 2016 4:31 pm



O passado sábado, 27 de fevereiro, foi marcado pelos concertos dos Marching Church – a estrearem-se em Portugal – e Papaya que decorreram na sala de concertos do Maus Hábitos, Porto, pelas mãos da conceituada promotora e editora vimaranense Revolve


Papaya


Marcado para as 22h00 em ponto, foi só por volta das 22h15 que os Papaya subiram a palco para apresentar o mais recente EP Três/III e o EP Dois/II e Um/I. Em formato trio, com Ricardo Martins na bateria, Óscar Silva na guitarra e Bráulio Amado no baixo, a banda tocou aproximadamente quarenta minutos do concerto que marcava a sua estreia ao vivo no Porto. Não era a estreia esperada para abrir Marching Church, no entanto. A amplificação estava extremamente alta e as distorções de guitarras e efeitos sonoros à la Thee Oh Sees não resultaram ali ao vivo, a abrir para um projeto internacional “performista”. 

Portanto foi  um concerto bastante banal e aborrecido, vá, mas de extrema importância. Afinal se não fossem os Papaya o concerto dos Marching Church decorreria apenas com uma guitarra.



Marching Church
Os Marching Church foram os responsáveis para que muitos suportassem a chuva e as escadas até ao quarto andar do Maus Hábitos, afinal, o projeto que começou pelas mãos de Elias Bender Rønnenfelt, o já icónico vocalista dos Iceage, apresentava-se em palco com elementos das bandas Lower e Puce Mary. Em formato “six man band” os elementos subiram ao palco para dar início à música mais longa (em termos de duração) de uma setlist que trouxe apenas três músicas do disco de estreia This World Is Not Enough, “Calling Out A Name”.


Foi a partir da segunda música que os Marching Church começaram a esculpir as primeiras demos que certamente estarão presentes num segundo disco de estúdio, a esperar para breve. Um trago no copo e “Information” era anunciada como o próximo single a ouvir. Estava ali o público em pulgas para ouvir os singles mais conhecidos e, completamente focados na performance os Marching Church davam ali a conhecer em inédito as coisas novas que têm vindo a preparar. À quarta música, já focalizado no seu personagem a representar em palco, Elias apresentava um single cujo nome ficou percebido como “Innocent Pigeon” e ia de encontro à sonoridade explorada na segunda metade do disco de estreia. 

A juntar ao solo de bateria que se fez ouvir na sala, foi em “Part Of Life” (creio que foi assim que Elias a nomeou) que se deu juz ao trompete  com um mini solo a abrir para mais uma música que se apresentava como novidade. “Hungry For Love”, “Living In Doubt” ou “King Of Song” foram singles que ficaram de fora da setlist e, na sua ausência, começaram a abandonar a sala de concertos os primeiros espetadores; ouvia-se como pano de fundo uma balda sobre a água com todos os elementos em voz secundária, à excepção do baterista. “Up A Hill” surgiu em palco já em tons de despedida.




A finalizar Elias e companhia despediram-se do público através de um cover de “Dark End Of The Street”, original de James Carr e dos poucos singles tocados de This World Is Not Enough. Em mote de despedida “Sweet Dreams” foi a última frase da banda ao público portuense antes de abandonar o palco, num concerto sem encore.




Texto: Sónia Felizardo
Fotografia: Martinho Mota

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