Além das versões digitais a OTOOPO também disponibiliza as suas edições em formato cassete.
Tiago Tobias apresenta-se em nome próprio com a edição de OPO, um testemunho sonoro que nasce de um processo de adaptação proveniente de uma mudança geográfica para a cidade do Porto pela terceira vez, tendo também como ponto de referência as duas anteriores passagens e as fases que um processo destes exige.
A partir de uma escuta atenta, foi construída uma narrativa musical linear usando apenas sons captados na cidade, procurando-se na composição, uma sonoridade abstrata e difusa, ancorada em técnicas de edição e manipulação da música concreta.
Nas palavras do produtor:
Na altura em que tive que definir o projeto, cheguei então à conclusão que me identificava como uma espécie de “anomalia urbana”, no entanto sabia que essa sensação seria temporária. (…) Enquanto a minha relação para com o meu meio laboral/académico/urbano/social não estava ainda estabelecida, existiu uma sensação de alienação que me fez sentir uma “anomalia” perante a cidade, resultando numa instabilidade provisória que convidou a uma redefinição da minha própria identidade de forma a encaixar nesta “urbe” que é o Porto e que para lá chegar, foi preciso passar por essas fases. (…) OPO significa Porto nos código internacionais dos Aeroportos, e uma das razões para a escolha deste nome passa pela possibilidade de numa próxima mudança para uma nova cidade, poder aplicar este mesmo método de criação que desenvolvi com este projeto e criar outro testemunho sonoro, sendo que o nome do álbum será o código dessa cidade.
O resultado final, é uma espécie de viajem à cidade do Porto – que testemunha este tal processo de adaptação, através uma narrativa musical quase cinematográfica – uma viagem ao mundo da música eletrónica experimental e uma consequente exploração às influências de Tiago Tobias, que destaca William Basinski, Tim Hecker, Amon Tobin, Murcof, Gas, Ametsub, Boards of Canada e Clark. Podem entrar este admirável Porto novo ali abaixo.
Francisco Mendonça apresenta-se sob o alter-ego FM Volt, num projeto que traz como principais influências nomes como Steve Reich, Jan Jelinek, Tim Hecker e Brian Eno. Apesar de produzir há cerca de três anos mais focado na componente da música eletrónica mais convencional, o primeiro resultado sonoro deste novo projeto FM Volt surge com Trim, uma composição no género ambiental e experimental que utiliza o minimalismo como ferramenta de desbloqueio criativo, como resultado da sobrecarga de possibilidades técnicas que um artista tem disponíveis na atualidade (programa ou ferramentas para utilizar, estilos inseridos, sítios para gravar, etc.).
Nas palavras do produtor:
Este projeto é uma resposta a essa sobrecarga ao me limitar no material de origem assim como nas técnicas a utilizar. Essa limitação permitiu-me concentrar na música o mais possível e o resultado é uma composição minimalista que se foca mais na ambiência de cada faixa e não necessariamente em estruturas mais convencionais da música popular como funções harmónicas, estrutura da música, etc.
Podem ouvir este Trim na íntegra, abaixo.